Durante a Operação Patmos, no mês passado, a Polícia Federal apreendeu documentos que estariam relacionados ao presidente Michel Temer e a uma filha dele no escritório do coronel aposentado da PM, João Baptista Lima Filho, em São Paulo. Os documentos foram encontrados na sede da Argeplan, empresa do coronel. Segundo delatores da JBS, o coronel atuou como intermediário de valores que foram destinados ao presidente.
Um saco plástico com edital de concorrência para serviço de construção e um recibo de pagamento em nome de Maristela Temer, além de um projeto de reforma, é citado no auto de apreensão da PF.
Segundo a TV Globo apurou, o valor desse recibo é de R$ 5.550, referente à sétima parcela do pagamento de serviços de fornecimento de batentes e portas em madeira maciça. A empresa que deu o recibo é a Móveis e Esquadrias Santos LTDA. A reforma foi em uma casa no Alto de Pinheiros e data de 30 de março de 2015.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoPresidente Michel Temer
Foram encontrados também, uma caixa de arquivo azul com documentos referentes a um projeto de reforma com o nome da filha de Temer, além de um HD externo com informações sobre a reforma no imóvel.
De acordo com o G1, no relatório, há também uma planilha com movimentações bancárias, programação de pagamento do escritório político do então deputado federal Michel Temer, históricos de pagamento e de candidatura da eleição de 2002.
Dois delatores da JBS revelaram que deram um R$ 1 milhão ao coronel na campanha de 2014. Esse pagamento seria parte de um suposto acordo entre Temer e o empresário Joesley Batista, no valor de R$ 15 milhões. Segundo Joesley, esse R$ 1 milhão seria só para o presidente Temer.
O Palácio do Planalto afirmou que o coronel João Batista Lima Filho cuida do gerenciamento de campanhas de Michel Temer desde os anos 1980 e que era natural que tivesse cópias de documentos de disputas anteriores.
Ainda segundo a assessoria, jamais houve entrega de recursos ao coronel a pedido de Temer, e que uma das filhas do presidente, Maristela Temer, apenas fez um orçamento para uma reforma, com a empresa da qual o coronel é sócio.
Por essa razão, encaminhou a essa empresa uma cópia do projeto arquitetônico. A assessoria declarou que a obra foi executada por outro prestador de serviço.
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