Especialistas do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz integraram um grupo de trabalho que investigou as origens e as características do novo coronavírus. Pesquisa publicada no periódico científico Pathogens and Global Health reforçou as informações sobre o epicentro do surto, na cidade de Wuhan, na China, e revelou que o avanço do vírus pode ter começado antes do que se imaginava, em novembro do ano passado.
As informações foram divulgadas pela Agência Fiocruz de Notícias. Os pesquisadores do instituto se debruçaram sobre as dinâmicas de transmissão do novo coronavírus e sobre os vestígios do início e dispersão do surto Em parceria com a Universidade Campus Biomédico de Roma e a Universidade da Flórida, os especialistas analisaram 29 sequências genéticas completas do Covid-19 e duas sequências altamente semelhantes de coronavírus do tipo Sars (síndrome respiratória aguda grave) originadas em morcegos.
“Identificar as características genéticas do novo coronavírus é parte fundamental para uma resposta em tempo real a respeito da dispersão do vírus, especialmente com base nos genomas que estão sendo publicados”, disse à agência o pesquisador Luiz Carlos Júnior Alcantara, do Laboratório de Flavivírus do IOC/Fiocruz.
Com o uso de ferramentas de bioinformática, os especialistas construíram, segundo a agência, análises filogeográficas, que estimam a possível trajetória do microrganismo, e filogenéticas, uma espécie de árvore genealógica, só que do vírus. “Os dados encontrados corroboraram o atual cenário epidemiológico, indicando a cidade de Wuhan, na China, como a mais provável origem geográfica do surto”, explicou Marta Giovanetti, pesquisadora visitante do Laboratório de Flavivírus do IOC/Fiocruz.
Os pesquisadores estimam que a emergência do surto teve início no final de novembro de 2019. Os resultados reforçam, ainda, a hipótese de que o Covid-19 tenha se originado de morcegos, possivelmente do gênero Rhinolophus.
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