Na manhã desta segunda-feira (20), foi realizada na Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Acompanhamento dos Fenômenos da Natureza da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) uma audiência para discutir a situação dos moradores do Parque Rodoviário, que foi atingindo por uma enxurrada, no dia 4 de abril deste ano.
O objetivo foi discutir sobre o que causou a tragédia, assim como estratégias para que a situação se repita e sobre o apoio para as famílias afetadas. A audiência foi solicitada pelo deputado Henrique Pires (MDB).
O superintendente da SDU Sul (Superintendência de Desenvolvimento Urbano da Zona Sul), Paulo Lopes, esteve presente na audiência e destacou o trabalho que está sendo feito pela prefeitura em relação às casas afetadas.
“Vamos ajudar na recuperação das casas que vão permanecer, das que tiveram pequenos danos e foram afetadas de forma apenas parcial, mas tem a outra parte das casas que não vão poder permanecer porque estão em cima da galeria ou na área da galeria e que a recomendação tanto da defesa quanto dos nossos técnicos e engenheiros é de que elas sejam totalmente removidas e construídas em outro local”, afirmou Paulo Lopes.
Segundo o superintendente, a prefeitura trabalha com a possibilidade de construir as casas no terreno onde funciona o antigo Clube da Telemar, local que ocasionou a tragédia. “Nós estamos trabalhando na questão de uma área ao lado, o prefeito Firmino Filho já determinou que, se for o caso, nós desapropriássemos a área do terreno da Telemar ou a área ao lado que é do Governo do Estado”, declarou.
No total, a Prefeitura pretende investir R$ 4 milhões para a recuperação total do Parque Rodoviário. “Para a construção das casas a previsão é que seja investido em torno de R$ 1,5 milhão, para a recuperação das casas que vão permanecer, o investimento será em torno de R$ 900 mil a R$ 1 milhão, já na área de urbanização e de requalificação daquele espaço serão usados mais R$ 1,5 milhão, ou seja R$ 4 milhões é o que nós estamos planejando para investir naquela área para trazer de volta a dignidade que as famílias tinham”, explicou
Ele também comentou a pressão das famílias para que o problema seja resolvido o mais rápido possível, o que de acordo com ele, é compreensível. “As famílias que foram atingidas querem essa resposta, isso é compreensível, mas para fazer a intervenção, como a requalificação daquele espaço, a gente precisa de um projeto que já está sendo trabalhado concomitantemente com o projeto que já apresentamos na Secretaria Nacional Defesa Civil solicitando demandas com a efetivação de recursos para pode utilizar nesse espaço”, argumentou.
“Independentemente desses recursos virem ou não, a Prefeitura está conversando e o prefeito Firmino Filho já determinou que nós fizéssemos as intervenções necessárias, mas como é um valor considerado de recursos a gente aguarda esses recursos de Brasília junto com os recursos próprios fazer essa intervenção naquele espaço”, disse.
Também estiveram presentes o secretário da Assistência Social do Município, Samuel Silveira, os deputados Evaldo Gomes, Teresa Britto, Franzé Silva, o secretário estadual de Defesa Civil, Geraldo Magela, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Marcos Ayres, dentre outras autoridades.
Famílias querem celeridade
Raimunda Mendes, moradora do Parque Rodoviário e que também teve a casa atingida pela enxurrada, esteve presente na audiência e criticou da demora dos órgãos públicos e fez um apelo. “O que a gente quer são as nossas casas, as pessoas que estão no aluguel nem todas perderam as casas, algumas estão com casas rachadas, com chão que afundou e não podem voltar, e no meu caso que é a casa completa? Não há possibilidade de você voltar porque a casa está desmoronando, então a gente vem a uma audiência dessas, e fica o Governo do estado jogando para a Prefeitura e a prefeitura jogando para o Estado, e resposta concreta a gente não tem”, disparou.
A moradora relatou ainda que a Prefeitura está pagando apenas R$ 300,00 para o aluguel, mas que esse valor não é o suficiente. “Dizem que vão fazer projeto, mas para quando? O aluguel que a prefeitura está pagando é de R$ 300,00, na maioria dos casos são os próprios moradores que estão tirando do bolso mais R$ 50,00 ou R$ 100 para completar o aluguel. A maioria das famílias são humildes, trabalham por conta própria, a gente quer algo concreto”, disse.
A tragédia
Na noite do dia 4 de abril, uma enxurrada ocorrida no Parque Rodoviário matou duas pessoas, deixou mais de 30 feridos e destruiu cerca de 40 casas na zona sul da cidade de Teresina
A tragédia aconteceu por volta das 21h. Uma lagoa localizada no clube da Telemar transbordou devido às fortes chuvas ocorridas na cidade de Teresina e um bueiro também acabou rompendo. Após a água transbordar, ela estava sendo contida pelo muro do clube, mas ele acabou não aguentando a pressão e desabou.
Como o terreno ficava em uma parte mais alta, toda a água desceu, causando uma enxurrada que atingiu várias casas e deixou duas pessoas mortas e vários feridos.
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