Os motoristas e cobradores de ônibus ainda continuam sem receber o salário de janeiro. Os donos das empresas alegaram não ter dinheiro para realizar o pagamento e, por isso, a categoria decidiu não trabalhar nesta quarta-feira (06), o que fez com que 100% da frota de coletivos parasse em Teresina.
Em entrevista ao GP1, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), Fernando Feijão, explicou que os empresários explicaram aos trabalhadores que ainda não receberam os repasses da Prefeitura de Teresina.
- Foto: Brunno Suênio/GP1Fernando Feijão
“Na realidade, os empresários mandaram os trabalhadores embora. Eles alegaram que não tinham como pagar os salários e, ainda não haviam recebido dinheiro da Prefeitura e não teriam como pagar os trabalhadores. Os empresários disseram que eles poderiam ficar à vontade para trabalhar ou ir embora e a categoria optou por não trabalhar”, afirmou Fernando Feijão.
Logo após tomar conhecimento do fato, o Sintetro se reuniu com o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), onde foi acordado que os empresários tentariam um empréstimo para realizar o pagamento salarial. “Nós tivemos uma reunião agora com o presidente do SETUT, tão logo nós soubemos desse impasse e ele nos relatou que não tem dinheiro para pagar o sistema, vai ao banco para ver se consegue um empréstimo para pagar os trabalhadores”, completou.
Strans
A assessoria de imprensa da Superintendência de Trânsito e Transportes de Teresina (Strans) informou que nessa quarta-feira (06) multou o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) no valor de R$ 3.850. Já que o mesmo não cumpriu com os 30% da frota, que devia estar em circulação na capital.
A Prefeitura
O secretário de comunicação da Prefeitura de Teresina, Fernando Said, rebateu as alegações dos empresários referentes as dívidas. Ele explicou que essa é uma questão judicial e que a greve é algo iminentemente trabalhista.
“Os empresários dizem que a Prefeitura deve um valor X e a Prefeitura diz que é Y. Então, essa questão que está na justiça e ela irá definir quem deve a quem e quanto deve. Se são os empresários que devem a Prefeitura ou se a Prefeitura deve os empresários. A justiça decidindo, a Prefeitura vai cumprir. Agora, não tem nada a ver a relação trabalhista deles com esses subsídios. Esses recursos que eles falam são relativos aos pagamentos que inclui, inclusive, os subsídios municipais. A greve é uma questão iminentemente trabalhista, que acontece todos os anos”, concluiu.
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