O presidente Michel Temer (PMDB) escolheu, nesta quarta-feira (28), a procuradora Raquel Dodge para substituir Rodrigo Janot que deixa o cargo de procurador-geral da República no dia 17 de setembro. Dodge foi a segunda colocada na votação interna feita pelo Ministério Público Federal.
Na lista tríplice entregue pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) a Temer estavam os nomes de Nicolao Dino (que teve 621 votos na eleição interna), Raquel Dodge (587 votos) e Mario Bonsaglia (564 votos).
- Foto: Amanda Perobelli/Estadão ConteúdoRaquel Elias Ferreira Dodge
Nos governos de Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT, a prática adotada sempre foi a de nomear o primeiro colocado da lista – foi assim com Rodrigo Gurgel e Rodrigo Janot -, mas estava claro que Dino não seria nomeado. Além de candidato de Janot, ele é irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), inimigo de José Sarney, que ainda tem influência no PMDB.
Já Raquel Dodge tinha o apoio dos caciques do PMDB e é vista como uma possibilidade de diminuir o ímpeto da Operação Lava Jato e o furor investigado da Procuradoria-Geral da República.
Perfil
No Ministério Público Federal desde 1987, Dodge é subprocuradora-geral da República junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em matéria criminal e integra o Conselho Superior do Ministério Público.
Ela teve atuação na Operação Caixa de Pandora, que investigou o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, e, em primeira instância, foi membro da equipe que processou criminalmente Hildebrando Paschoal, o “deputado da motosserra”, e o Esquadrão da Morte. Raquel Dodge é mestre em Direito pela Universidade de Harvard.
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