Bárbara Rodrigues
Brunno Suênio
O médico oncologista e mastologista, Sabas Vieira, criticou nesta terça-feira (21) a falta de preparo por parte dos fiscais da Prefeitura de Teresina que multaram na semana passada o proprietário de um prédio onde funciona várias clínicas que fazem atendimento de urgência. Sabas Vieira tem uma sala no local, onde atende vários pacientes com câncer.
O proprietário do prédio foi multado no valor de R$ 2 mil. No local vários médicos realizam atendimentos. Segundo Sabas Vieira, os fiscais não quiseram nem mesmo ouvir quais eram os procedimentos realizados no local.
- Foto: Divulgação/Facebook
Médico Sabas Vieira
“Faz uns três dias. Temos um prédio e tinha uma colega atendendo casos graves, uma neurologista, que atende crianças, pacientes com derrame cerebral, pessoas que não podem ser abandonadas, mas eles não quiseram saber não, deram uma multa de R$ 2 mil. Isso eles multaram o prédio, onde eu também atendo, já que sou oncologista, mas também tem outros médicos, tem também neurologistas”, explicou.
Sabas afirmou que existe uma indústria que valoriza mais a aplicação da multa. “Nós estamos acostumados no Brasil a uma indústria da multa, seria bom ouvir pelo menos ouvir as pessoas que trabalham naquele lugar, de forma cortês, não tem nenhum marginal ali e todo mundo querendo fazer o melhor que pode em um momento desses”, destacou.
Prefeito resolveu a situação
Sabas informou que teve que entrar em contato com o prefeito Firmino Filho (PSDB) e que relatou a situação. A multa aplicada foi cancelada. “Eles já resolveram, e tomaram as providências para cancelar e orientar os fiscais. O próprio prefeito entrou em contato comigo e afirmou que os fiscais estão sendo orientados. Na verdade é mais falta de comunicação. Eles não querem ouvir ninguém, é com truculência, não há o mínimo de cortesia. As autoridades não se comunicam direito com os seus subordinados. Todo mundo passando dificuldades e tem essas medidas que chocam as pessoas”, lamentou.
Prisão de empresário
A ação dos fiscais e da polícia durante o isolamento acabou gerando uma grande polêmica na segunda-feira (20) após o proprietário de uma loja de confecções localizada no bairro Parque Piauí, zona sul de Teresina, foi abordado de maneira truculenta por policiais militares na manhã desta segunda-feira (20). O fato aconteceu na Avenida Principal do Parque Piauí (Marechal Juarez Távora), e foi registrado por pessoas que presenciaram a cena. Durante a abordagem, o cidadão foi algemado e teve uma crise de epilepsia logo em seguida.
Uma guarnição da PM, juntamente com a Guarda Municipal de Teresina e fiscais da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Sul, estavam realizando uma fiscalização para averiguar o cumprimento dos decretos estadual e municipal, editados pelo governador Wellington Dias e o prefeito Firmino Filho, respectivamente, que tratam sobre o fechamento do comércio em função da pandemia do novo coronavírus.
Os fiscais se depararam com a loja de confecções aberta e foram até o local, alertando que o proprietário seria multado por estar descumprindo a determinação, já que o estabelecimento não se enquadrava em serviço essencial.
Houve uma discussão entre os policiais militares e o dono da loja, que não apresentou as documentações do local para que fosse lavrada uma multa por parte do Município. Os policiais começaram a preencher um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), mas em seguida afirmaram ao comerciante que iriam encaminhá-lo à Central de Flagrantes de Teresina. O empresário cumpriu a ordem e fechou a loja, para se dirigir à delegacia, e nesse momento foi algemado.
Após ser detido, o empresário começou a passar mal e acabou caindo no chão. Populares se aglomeraram ao redor e passaram a criticar a atuação policial, pelo fato de o dono da loja ter sido algemado, visto que não representava um perigo para a sociedade. Nos vídeos que circulam na internet, é possível ouvir as pessoas gritando, implorando para os policiais soltarem o cidadão, que estava desfalecendo com falta de ar.
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