A candidata da Rede ao Planalto, Marina Silva, afirmou que não tem preconceito com o legado dos seus concorrentes e que, se eleita, pretende não desmontar as "coisas boas" feitas em administrações passadas. "É preciso que a gente substitua o projeto de poder por projeto de País. Não tenho preconceito com o legado do PT, não tenho preconceito com o legado bom do PSDB", disse, durante evento da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), nesta segunda-feira, em São Paulo.
Apesar do afago aos partidos, Marina desconversou ao ser questionada se aceitaria o apoio do PSDB caso ela chegue ao segundo turno. "O segundo turno a gente discute no segundo turno Eu sempre digo que vou governar com pessoas de bem de todos os partidos e da sociedade", ponderou.
- Foto: Rodrigo Ziebel/FramePhoto/Estadão ConteúdoMarina Silva
A candidata também saiu em defesa da Operação Lava Jato e destacou a importância do combate à corrupção. "Essa eleição é diferente, porque agora todos sabemos da verdade. Agora o desafio é o que fazer com essa verdade da Lava Jato", defendeu. Segundo ela, "os que criaram o problema estão todos perfilados para continuar no poder. Os que criaram o problema só vão agravar o problema".
Economia
Marina retomou algumas diretrizes da "fórmula" de seu governo, que deve priorizar câmbio flutuante e meta de inflação. A candidata disse também que pretende rever os pontos "draconianos" da reforma da Previdência.
Questionada sobre as agências regulatórias do Brasil, Marina defendeu a necessidade de se evitar influências políticas, além de priorizar pessoas técnicas em cargos centrais. "Na República, quando um político tem muito poder, tem algo errado", pontuou. Marina acrescentou que decisões regulatórias precisam ser respeitadas e não contornadas.
Infraestrutura
A candidata da Rede ao Palácio do Planalto apontou os investimentos em infraestrutura como uma das saídas para os altos níveis de desemprego do Brasil. "A infraestrutura no Brasil é necessária para fazer frente aos imensos desafios que temos. Inclusive para a geração de emprego", defendeu.
"Os investimentos em obras de grande porte, mas também na construção civil, são uma fonte geradora de emprego, talvez uma das mais rápidas que temos, além do turismo", acrescentou a candidata.
Segundo Marina, no seu governo, as prioridades no setor serão saneamento básico e transporte.
Venezuela
A candidata da Rede fez duras críticas à atuação do governo brasileiro ao lidar com a crise da Venezuela. "É muito doloroso o que está acontecendo no Estado de Roraima. O Brasil negligenciou duplamente o que está acontecendo na Venezuela", disse. "Negligenciou tanto por elementos políticos e ideológicos e não ajudou para que não se fosse para esta situação, de falta de democracia na Venezuela. E negligencia agora, quando deixa o problema dos refugiados nas mãos do Estado de Roraima, que não tem condições de dar resposta praticamente sozinho" criticou, destacando a atuação dos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer.
Segundo Marina, é preciso que seja feita uma "coalizão humanitária de países" para ajudar a Venezuela e os venezuelanos que vieram ao Brasil. "Estamos diante de uma crise humanitária e que precisa ter uma resposta à altura", defendeu.
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