A mãe de Sofia Braga, que morreu após ser baleada na cabeça na noite deste sábado (21), enquanto brincava no parquinho de uma lanchonete em Irajá, zona norte do Rio, desabafou em rede social sobre a perda da filha. “E lá foi o melhor de mim, era meu grude, era a minha vida!”.
Sofia tinha 2 anos e chegou morta ao hospital após ser atingida durante uma troca de tiros entre policiais militares e criminosos. "Deus me deu, Deus tomou. Hoje eu perdi o meu anjo. Um anjo que com 2 anos e 7 meses, me ensinou as melhores coisas da vida. Me ensinou a amar, me ensinou a viver, me ensinou o que é ter uma amiga de verdade... amigas pra sempre, como ela mesma dizia. Ela foi o melhor de mim, era o meu grude, era a minha vida!", escreveu a mãe.
- Foto: DivulgaçãoSofia tinha dois anos
"Estou pedindo forças a Deus, e querendo acreditar que isso tudo está sendo um sonho. Espero que Deus me ensine a viver sem ela. E que, eu tenho certeza, ela está muito feliz. Ela era uma criança muito feliz, ela comemorava a vida dela todos os dias. Todos os dias cantávamos parabéns pra ela. Agora ela virou minha estrelinha, e que ela continue brilhando pra sempre, agora no meu coração. Eu te amo, minha filha, minha amiguinha!", diz em seguida.
A tragédia
O policial militar e pai da criança, Felipe de Souza Amaral Fernandes, esteve na manhã deste domingo (22), no Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer o corpo da filha. "Sofia era linda, alegre, inteligente, mais que todas as crianças que eu já tinha visto. Só trouxe alegria para mim e para a minha esposa", disse ele.
O pai contou que estava na lanchonete com a família quando reconheceu o barulho dos tiros e saiu a procura ao lado da esposa pela filha, que não saía do brinquedo, quando percebeu que a menina estava ensanguentada.
"Eu reconheci logo, levantei pra ver o que que estava acontecendo enquanto as mães que estavam ao redor foram em busca dos seus filhos no brinquedo. Escutei a minha esposa gritando o nome da minha filha, perguntando ‘Sofia? Sofia?’, ela não aparecia. Quando eu escutei, fui correndo atrás também, não consegui achar. Quando saíram todas as crianças eu vi que, realmente, ela não saía. Subi na grade do brinquedo e vi que ela estava lá em cima, ensanguentada na cabeça."
Felipe disse ainda que havia uma viatura perto do local e ele acredita que o tiro que atingiu Sofia tenha sido disparado pelo suspeito de roubar um carro. "Tinha uma viatura do batalhão do lado de fora, então me identifiquei como policial também e eles me levaram para o Getúlio Vargas. Infelizmente, ela não resistiu. Acredito que seja uma perseguição que teve de um carro roubado do Automóvel Clube e teve fim lá na Monsenhor Félix com um capotamento. Só tinha um elemento, eu acho. O tiro que ele deu a esmo, acredito que tenha sido ele, acabou atingindo a minha filha", disse.
Sofia foi atingida no rosto. Ela chegou a ser levada para o Hospital Getúlio Vargas, mas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, já chegou morta ao local. A Polícia Militar informou que militares do 41º BPM (Irajá) foram acionados para uma ocorrência na Avenida Automóvel Clube, onde um veículo havia sido roubado. Já na avenida, os policiais tentaram cercar o criminoso e houve perseguição. O veículo roubado capotou e em seguida os policiais prenderam o motorista do carro roubado, apreendendo com ele uma pistola.
Ver todos os comentários | 0 |