A Folha de São Paulo publicou reportagem neste domingo (25), na qual o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), admite ter recebido da empreiteira Odebrecht, doação eleitoral por meio de empresas laranjas.
“Eu declarei, foi tudo por dentro. Não sei por qual motivo a Odebrecht não quis dar dinheiro e passou para outras duas empresas. Acho que havia muita pressão na época e ela não queria aparecer muito”, diz Heráclito Fortes, apelidado de “Boca Mole” pelos executivos da empreiteira.
A prática chamada de “caixa três”, consiste em uma triangulação do dinheiro de campanha com o objetivo de escamotar quem seria o real financiador. Ainda segundo a Folha, nas eleições de 2010, a Odebrecht usou o caixa três para direcionar R$ 5,5 milhões para 28 candidatos.
- Foto: Lucas Dias/GP1Heráclito Fortes
A empreiteira não figurou como a real fonte dos recursos na prestação de contas eleitorais desses políticos e sim as empresas Praiamar e a Leyroz. As investigações apontam que essas empresas eram distribuidoras do grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava.
Os executivos da Odebrecht contaram ao Ministério Público em delação premiada, que a cervejaria foi usada diretamente em 2014 para replicar o esquema. Eles disseram ainda que havia dois motivos para a utilização do modelo: não estourar o teto estabelecido por lei para doações e evitar cobranças de políticos.
Ver todos os comentários | 0 |