A negociação para a manutenção do veto ao reajuste dos servidores públicos até 2021 pelos deputados está atrelada à prorrogação do auxílio emergencial e liberação de recursos do Orçamento ainda este ano.
Esses dois pontos já estavam em negociação, antes da derrubada do veto pelos senadores na noite de quarta-feira, 19. Com o futuro do congelamento dos salários da União, Estados e municípios agora nas mãos da Câmara, os deputados ganham maior poder de influência - a votação sobre a manutenção ou derrubada do veto está marcada para a tarde desta quinta-feira, 20. O assunto foi discutido em reunião nesta manhã com parlamentares do chamado Centrão.
O auxílio emergencial deverá ser prorrogado até dezembro, como querem os congressistas e também o próprio presidente Jair Bolsonaro.
A percepção de fontes ouvidas pelo Estadão é que os senadores que votaram pela derrubada mandaram um recado claro ao presidente: não adianta o governo se acertar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e achar que está tudo resolvido.
Relator do projeto de socorro aos Estados e municípios, Alcolumbre não presidiu a sessão do veto. A “sumida” do presidente do Senado foi lida como um gesto de posicionamento para a disputa na eleição.
Foi Alcolumbre que negociou diretamente com o ministro da Economia, Paulo Guedes, um texto substitutivo ao projeto que tinha sido aprovado pela Câmara e que desagradou a equipe econômica. O congelamento dos salários dos servidores foi negociado como contrapartida à ajuda de R$ 125 bilhões, dos quais R$ 60 bilhões em repasses diretos.
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