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Davi Alcolumbre chega à linha de sucessão após carreira discreta

Aos 41 anos, jovem senador em primeiro mandato ganha força e, em dois dias, faz um barulho até então inexistente em sua carreira.

Enquanto Renan Calheiros (MDB-AL) via Tasso Jereissati (PSDB-CE) e até Simone Tebet (MS), de seu próprio partido, como seus adversários mais badalados na disputa pela presidência do Senado, um jovem senador em primeiro mandato ganhava força e, em dois dias, fez um barulho até então inexistente em sua carreira. Davi Alcolumbre (DEM-AP) tornou neste sábado, 2, o terceiro na linha de sucessão presidencial ao se eleger presidente do Senado.

Aos 41 anos, Alcolumbre começou a sexta, 1.º, se envolvendo em polêmica. Presidente em exercício do Senado por ser o único membro da mesa executiva da legislatura anterior ainda na Casa, ele revogou logo pela manhã ato do Senado que impediria ele de presidir a sessão e concorrer ao mesmo tempo. Na sequência, demitiu o secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira de Mello, aliado de Renan, que assinou o ato.


  • Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoDavi AlcolumbreDavi Alcolumbre

Apoiado pelo ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (DEM), Alcolumbre foi zebra. Fez Tasso desistir de sua candidatura e recebeu elogios da emedebista Simone Tebet. Renan o acusou de golpe. E desistiu de sua candidatura após a confusão com as cédulas deste sábado. "Atendendo orientação de Onyx, Alcolumbre se autoproclama presidente interino. Na prática, é uma tentativa desesperada de golpe nas instituições, substitui o STF (Supremo Tribunal Federal) como garantidor da Constituição", disse Renan neste sábado.

Irritou aliados do senador alagoano, como Kátia Abreu (PDT-TO), que até tirou de suas mãos documentos da mesa executiva, e ficou grudado na cadeira da presidência durante 7 horas até suspender a sessão de sexta-feira em meio à confusão por causa do voto aberto. No sábado, viu José Maranhão (MDB-PB) conduzir os trabalhos e, pouco a pouco, ganhar mais apoio. Além de Simone, foi beneficiado também pelas desistências de Alvaro Dias (Podemos-PR) e Major Olímpio (PSL-SP).

É o primeiro momento de Alcolumbre no centro dos holofotes. Sem ensino superior, o senador tem uma trajetória discreta no Legislativo. Elegeu-se vereador em Macapá nas eleições de 2000. Foi seu primeiro cargo eletivo. Quatro anos depois, virou deputado federal por seu Estado e ficou na Câmara até 2014, quando conquistou uma vaga no Senado.

Votações

Ele votou a favor do prosseguimento da denúncia que culminou no impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT) em 2016. No ano seguinte, foi um dos 44 votos favoráveis ao então senador e agora deputado Aécio Neves (PSDB-MG) na votação para derrubar a decisão do STF que havia determinado o afastamento do parlamentar, em 2017.

Em 2018, Alcolumbre votou a favor do reajuste dos ministros do Supremo, que passaram a ter uma remuneração de R$ 39,2 mil mensais. O senador também foi favorável, em 2018, ao decreto que autorizava a intervenção federal na segurança pública no Estado do Rio de Janeiro.

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