O dólar volta a subir no mercado doméstico pela 11ª sessão consecutiva nesta quarta-feira, 4. A moeda à vista renovou recorde em um mesmo dia acima dos R$ 4,54. O movimento de alta é uma resposta até o momento à nota do Banco Central sobre coronavírus, que reforçou a percepção no mercado de corte da Selic neste mês, de acordo com operadores de câmbio.
Às 13h15, a moeda americana tinha alta de 0,80%, chegando a R$ 4,5477, depois de chegar à máxima de R$ 4,5497. No mesmo horário, a Bolsa se mantinha estável aos 105.534,46 pontos.
O BC disse na terça-feira, 3, que monitora atentamente os efeitos do surto de coronavírus e que nas próximas duas semanas, até a próxima reunião do Copom, será possível fazer uma avaliação "mais precisa" sobre efeitos na trajetória prospectiva de inflação. O PIB fraco de 2019 também pesa no humor do mercado financeiro - a atividade econômica cresceu 1,1% no ano passado.
A alta do dólar frente ao real contraria o recuo persistente da divisa americana em relação à maioria das outras moedas emergentes no exterior. Mesmo assim, o Banco Central segue apenas monitorando o mercado.
Na terça, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) fez um corte emergencial dos juros de 0,50 ponto, para a faixa de 1,00% a 1,25% ao ano, levantando desconfiança de que o impacto do coronavírus pode ser pior do que o esperado até o momento.
As incertezas sobre o real motivo da decisão do Fed limitam ganhos nos mercados norte-americanos e na Bolsa brasileira. No entanto, a possibilidade de que o Fed reduza a taxa novamente em sua reunião de política monetária nos dias 17 e 18, e a chance de afrouxamento por outros bancos centrais mundiais, ainda sustenta em alta as Bolsas - o BC canadense diminuiu os juros em meio ponto, a 1,25% ao ano, nesta quarta.
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