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Teresina - Piauí

Casal de jornalistas é agredido durante ato pró-Bolsonaro em Teresina

Os jornalistas Pablo Cavalcante e Glenda Uchoa saíam do cinema quando foram abordados por um manifestante. O homem quebrou o vidro do carro do casal e foi levado para a Central de Flagrantes.

Um casal de jornalistas foi agredido durante uma manifestação pró-Bolsonaro que aconteceu na noite deste domingo (21) na Avenida Raul Lopes, embaixo da Ponte Estaiada. Pablo Cavalcante e Glenda Uchôa realizaram boletim de ocorrência contra o agressor, que foi levado para a Central de Flagrantes.

Em entrevista ao GP1 a jornalista contou que estava voltando do cinema com o namorado quando foi abordada por um manifestante. O homem, identificado apenas como Antônio Carlos, pediu para que o casal abrisse o vidro. Pablo então baixou o vidro cerca de um palmo e ao tentar subir, foi surpreendido pelo homem, que quebrou o vidro.


  • Foto: Arquivo PessoalCarro dos jornalistas Pablo Cavalcante e Glenda UchôaCarro dos jornalistas Pablo Cavalcante e Glenda Uchôa

De acordo com a jornalista, o casal não fez “absolutamente nada” e atribui a atitude à cor do veículo, que era vermelha. O casal irá entrar com as medidas legais cabíveis contra Antônio Carlos. Por conta dos estilhaços, Pablo Cavalcante teve ferimentos nas mãos.

“Saimos do cinema e não sabíamos que estava acontecendo a manifestação. Na ponte estaiada, ali no sinal, paramos. Éramos o primeiro carro na frente da faixa de pedestres e o pessoal começou a se aglomerar e estender a bandeira sobre o carro. A minha única atitude foi pegar meu celular e permanecer com a cabeça baixa (eu estava no banco do passageiro). Eu acho que esse senhor ao ver que não estávamos comemorando ou fazendo nada, se incomodou. Chegou na lateral do carro e pediu que o Pablo baixasse o vidro. Ele baixou cerca de um palmo e ficou esperando ele entregar algum panfleto, algo do tipo. Mas ele só ficou encarando ele e nada mais”, afirmou.

“Nesse momento o Pablo foi levantar o vidro. Ele colocou as mãos e começou a balançar até quebrar. O vidro se estraçalhou. Eu pensei que ele ia agredir o Pablo. Me desesperei. E como estava com o celular na mão, quis mostrar o rosto dele”, continuou.

O capitão Eldison, do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM) que comandava o policiamento durante a manifestação informou ao GP1 que o agressor “estava com as características que tinha ingerido bebida alcoólica”. A Polícia Militar não confirmou a identidade do acusado.

“Ia passando um carro com um casal na multidão, ia passando devagar. Tinha um senhor de aproximadamente 56, 58 anos que pegou o rapaz que estava com metade do vidro baixo e esse senhor estava com as características que tinha ingerido bebida alcoólica, fora do normal”, contou.

“Aí ele chegou, segurou no vidro do carro do rapaz e puxou o vidro de uma vez e nisso o vidro quebrou. Isso gerou um certo tumulto em relação ao motorista que estava com a companheira, ela ficou um pouco nervosa, chamou a polícia e a gente foi ao local e identificamos o cidadão que quebrou o vidro do carro do rapaz. Outra senhora disse também que ele tentou dançar com ela, ela se recusou e para resolver o problema mandei conduzir o cidadão para a Central de Flagrantes”, continuou o capitão Eldison.

Outro lado

Uma nota enviada por um dos grupos de apoio do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no Piauí diz que “atos isolados de pessoas infiltradas no movimento” a fim de “criar desordem”. A nota diz ainda que a “assessoria jurídica realiza levantamentos sobre o caso”.

Confira a nota na íntegra:

As manifestações em apoio ao candidato do PSL à presidência da república, Jair Bolsonaro, são a mais perfeita demonstração de civismo e amor à pátria. São pessoas de todas as idades, credos e classes sociais que veem nas propostas, postura e discurso do candidato um caminho para o futuro da nação.

Atos isolados de pessoas infiltradas no movimento com o único objetivo de criar desordem ou agredir quem pensa diferente não serão suficientes para ofuscar o brilho das manifestações que ocorrem em todo o país.

Em Teresina, nunca registramos casos de agressão envolvendo apoiadores de Bolsonaro, salvo episódio envolvendo uma tentativa de assalto que foi repelida pelos membros do movimento e o caso encaminhado às autoridades competentes.

Informamos que em relação ao caso ocorrido ontem (21) na ponte estaiada, nossa assessoria jurídica realiza levantamentos sobre o caso, contudo, de acordo com a própria Polícia Militar, não houve agressão física.

Iremos denunciar os casos de calúnia, pessoas que usam de falsas denúncias para denegrir a imagem do movimento.

Reiteramos nosso compromisso com o Brasil, com o Estado democrático de direito e com a democracia.

Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!

Movimento unido de apoio a Bolsonaro no Piauí

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