Candidatos que fizeram a prova do concurso do Tribunal de Justiça do Piauí e que se sentiram lesados com as fraudes constadas no certame estão organizando um abaixo-assinado pedindo a anulação da prova.
As assinaturas começaram a ser colhidas neste sábado (12) e até a manhã de hoje mais de 1500 pessoas já haviam manifestado apoio ao abaixo-assinado. No site que colhe as assinaturas, candidatos se dividem. Uma delas disse que a integridade do certame está comprometida, enquanto outro comentou: “Vão estudar que vocês ganham mais!!!! Falar em anulação é fácil quando não se estuda, agora eu quero ver passar de segunda a segunda estudando e ficar de MIMIMI, o argumento sempre foi que a polícia não era confiável e que ia encobrir os peixes grandes, aí vem a polícia e mostra o nome, foto e telefone dos infeliz e vocês ficam com choro.”
“Quando aconteceram as primeiras prisões na data do concurso, alguns estudantes me provocaram no facebook para saber qual seria minha opinião sobre o ocorrido. Então eu manifestei minha opinião dizendo que na minha ótica basta que haja indício de fraude para que o concurso seja anulado porque compromete o certame. Minha opinião é que a autoridade administrativa, no caso o presidente do TJ, independentemente de qualquer outra apuração, porque não há de se falar em esfera administrativa e policial, se houver crime se apura e pune os culpados, mas independentemente disso, a fraude já maculou a lisura do certame porque a fundação responsável não tomou algumas medidas necessárias”, declarou em entrevista ao GP1.
Francisco de Jesus citou os estudantes que abdicaram de tempo e se doaram para se preparar para concursos, inclusive tendo gastos financeiros com cursos preparatórios. Ele pediu sensibilidade ao presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, o desembargador Raimundo Eufrásio, para que anule o concurso. “Eu rogo ao presidente do TJ que anule, qual o problema? A fundação que não teve a cautela que arque com os prejuízos de fazer um novo certame sob toda responsabilidade dela, agora tendo o cuidado de tomar as precauções”, afirmou.
Ele ainda informou que vai esperar um posicionamento do desembargador para depois decidir quais caminhos tomar. “Quando eles mandarem essas assinaturas eu vou aguardar a posição da autoridade administrativa, que eu acredito que o presidente do Tribunal é muito sensível a isso e deve anular [a prova]. Dependendo da posição do presidente do Tribunal a gente vê quais seriam os meios que dá pra se ingressar para garantir a realização de um novo concurso”, informou.
Entenda o caso
Durante a realização do certame em Teresina, no dia 20 de dezembro, quatro candidatos foram presos após serem flagrados utilizando aparelhos celulares no momento da prova. Um menor de 17 anos também foi apreendido. Os presos foram identificados como: Evelyn Mariane Oliveira Ferreira, Francisco Ivanderson Alves da Silva, Wallace Araújo Reis e Bárbara Brenalle Teles de Oliveira.
Na manhã da última quinta-feira (10), Policiais do Grupo de Repressão ao Crime Organizado – GRECO, através da Secretaria de Segurança Pública, deflagraram a Operação Veritas, com finalidade de desarticular uma organização criminosa que tentou fraudar o concurso do Tribunal de Justiça e o da prefeitura de Capitão de Campos. Entre os envolvidos estão advogados, policiais civis, agentes penitenciários e um agente do Departamento Municipal de Trânsito de Timon. Trinta pessoas haviam sido presas até a manhã de sexta-feira (11).
O concurso
A Fundação Getúlio Vargas organizou o certame que recebeu mais de 42,9 mil inscrições. Desse total, 13.579 inscritos são apenas no cargo de Analista Judiciário, especialidade Judicial.
As assinaturas começaram a ser colhidas neste sábado (12) e até a manhã de hoje mais de 1500 pessoas já haviam manifestado apoio ao abaixo-assinado. No site que colhe as assinaturas, candidatos se dividem. Uma delas disse que a integridade do certame está comprometida, enquanto outro comentou: “Vão estudar que vocês ganham mais!!!! Falar em anulação é fácil quando não se estuda, agora eu quero ver passar de segunda a segunda estudando e ficar de MIMIMI, o argumento sempre foi que a polícia não era confiável e que ia encobrir os peixes grandes, aí vem a polícia e mostra o nome, foto e telefone dos infeliz e vocês ficam com choro.”
Imagem: Lucas Dias/GP1Promotor Francisco de Jesus
O promotor de Justiça Francisco de Jesus, que está apoiando a causa, apontou diversas irregularidades na realização da prova, entre elas o não uso de detectores de metal, assinatura digital e inibidores de sinal celular. De acordo com ele, essas falhas já são suficientes para a anulação do certame, pois comprometem sua lisura. “Quando aconteceram as primeiras prisões na data do concurso, alguns estudantes me provocaram no facebook para saber qual seria minha opinião sobre o ocorrido. Então eu manifestei minha opinião dizendo que na minha ótica basta que haja indício de fraude para que o concurso seja anulado porque compromete o certame. Minha opinião é que a autoridade administrativa, no caso o presidente do TJ, independentemente de qualquer outra apuração, porque não há de se falar em esfera administrativa e policial, se houver crime se apura e pune os culpados, mas independentemente disso, a fraude já maculou a lisura do certame porque a fundação responsável não tomou algumas medidas necessárias”, declarou em entrevista ao GP1.
Francisco de Jesus citou os estudantes que abdicaram de tempo e se doaram para se preparar para concursos, inclusive tendo gastos financeiros com cursos preparatórios. Ele pediu sensibilidade ao presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, o desembargador Raimundo Eufrásio, para que anule o concurso. “Eu rogo ao presidente do TJ que anule, qual o problema? A fundação que não teve a cautela que arque com os prejuízos de fazer um novo certame sob toda responsabilidade dela, agora tendo o cuidado de tomar as precauções”, afirmou.
Ele ainda informou que vai esperar um posicionamento do desembargador para depois decidir quais caminhos tomar. “Quando eles mandarem essas assinaturas eu vou aguardar a posição da autoridade administrativa, que eu acredito que o presidente do Tribunal é muito sensível a isso e deve anular [a prova]. Dependendo da posição do presidente do Tribunal a gente vê quais seriam os meios que dá pra se ingressar para garantir a realização de um novo concurso”, informou.
Entenda o caso
Durante a realização do certame em Teresina, no dia 20 de dezembro, quatro candidatos foram presos após serem flagrados utilizando aparelhos celulares no momento da prova. Um menor de 17 anos também foi apreendido. Os presos foram identificados como: Evelyn Mariane Oliveira Ferreira, Francisco Ivanderson Alves da Silva, Wallace Araújo Reis e Bárbara Brenalle Teles de Oliveira.
Na manhã da última quinta-feira (10), Policiais do Grupo de Repressão ao Crime Organizado – GRECO, através da Secretaria de Segurança Pública, deflagraram a Operação Veritas, com finalidade de desarticular uma organização criminosa que tentou fraudar o concurso do Tribunal de Justiça e o da prefeitura de Capitão de Campos. Entre os envolvidos estão advogados, policiais civis, agentes penitenciários e um agente do Departamento Municipal de Trânsito de Timon. Trinta pessoas haviam sido presas até a manhã de sexta-feira (11).
Imagem: Rayane Trajano/GP1Desembargador Raimundo Eufrásio
Durante coletiva de imprensa, na manhã de sexta-feira (11), o desembargador Raimundo Eufrásio afirmou que não há certeza sobre a anulação do certame, visto que a investigação ainda não foi concluída. Segundo ele, se for comprovado que a fraude não foi consumada, o concurso deve permanecer válido, devido ao número de inscritos. “Nesse momento o caso está entregue à polícia, não podemos fazer uma afirmação de que o concurso vai ou não ser cancelado. Se houver motivos cancelaremos, mas se não houver motivo, se ficou apenas na pretensão desses que estão presos, sem respingo em outras pessoas, não há motivos, pois foram 42.320 pessoas que fizeram o concurso”, explicou.O concurso
A Fundação Getúlio Vargas organizou o certame que recebeu mais de 42,9 mil inscrições. Desse total, 13.579 inscritos são apenas no cargo de Analista Judiciário, especialidade Judicial.
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