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Bolsonaro diz que dará ‘voadora no pescoço’ de quem se envolver em corrupção

Criticado por lavajatistas, presidente disse, na semana passada, que acabou com a Operação porque, segundo ele, não há casos de irregularidades em sua gestão.

O presidente Jair Bolsonaro prometeu a apoiadores, nesta quarta-feira, 14, que dará uma “voadora no pescoço” de quem se envolver em corrupção no seu governo. A declaração ocorreu uma semana depois de o presidente ter afirmando que a Operação Lava Jato acabou porque, segundo ele, não há casos de irregularidades em sua gestão.

A promessa também foi feita no momento em que Bolsonaro vem sendo criticado por militantes e por lavajatistas que apontam o enfraquecimento da pauta anticorrupção no governo. Ao se comprometer a ser intransigente com casos de desvios de recursos públicos, o presidente citou a operação da Polícia Federal deflagrada nesta manhã em Roraima para apurar um esquema de desvio de R$ 20 milhões que seriam destinados ao combate do coronavírus.


“Acabou a Lava Jato, pessoal? Polícia Federal tá lá em Roraima hoje. Para mim não tem. Para investigar o meu governo não tem, porque a gente botou gente lá realmente comprometida com a honestidade, com o futuro do Brasil. Se acontecer alguma coisa, a gente bota para correr, dá uma voadora no pescoço dele, mas eu não acredito que haja no meu governo”, disse o presidente, na entrada do Palácio da Alvorada.

Bolsonaro passou a ser criticado por lavajatistas por ter se aproximado de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que se posicionam contra a operação que ganhou notoriedade quando teve à frente o ex-juiz Sérgio Moro. Os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli avalizaram o nome do desembargador Kassio Marques, alinhado a eles, para a vaga na Corte.

A indicação de Marques foi costurada com o apoio do Centrão e do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente, investigado no caso das “rachadinhas” envolvendo seu ex-assessor Fabrício Queiroz na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Apesar do discurso de transparência, o presidente evita dar declarações sobre as investigações.

No último dia 7, em uma tentativa de conter a reação negativa, Bolsonaro falou que a Operação Lava Jato acabou porque em seu governo não há corrupção. “É um orgulho, é uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”, disse.

No mesmo dia, horas antes, os ministros do STF haviam decidido alterar o regimento interno para que ações penais e inquéritos voltem a ser analisadas pelo plenário, e não mais pelas duas turmas de julgamento. A mudança foi proposta pelo presidente do STF, ministro Luiz Fux, e vista como uma ação para blindar a Lava Jato.

Com a alteração, as ações penais passarão a ser levadas para análise do plenário, formado pelos onze integrantes do tribunal. Na prática, a medida retira os casos da Lava Jato da Segunda Turma, que era composta pelos ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e pelo decano, Celso de Mello. O decano se aposentou no dia 13 e, com a possível chegada de Marques à Segunda Turma, o receio era de que houvesse um reforço contra a operação no grupo formado por Gilmar e Lewandowski.

Ainda nesta quarta-feira, 14, em conversa com apoiadores, Bolsonaro pediu que a população valorize o voto nas eleições municipais de novembro e fez nova pregação contra o PT. Acompanhado do ex-líder do governo na Câmara, deputado Victor Hugo (PSL-GO), o presidente comentou a situação do município de Anápolis (GO) e afirmou que "jamais" votaria em um candidato petista.

“O passado recente aconteceu há pouco tempo. O que esse partido (PT) fez pelo Brasil? Vão querer eleger prefeitos por aí?”, perguntou Bolsonaro. Nas redes sociais, Victor Hugo compartilhou trecho da conversa e escreveu: “Precisamos vencer a esquerda nessas eleições e consolidar a direita como a melhor e única opção para nosso País”.

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