A Federação Internacional de Xadrez (Fide) publicou uma decisão na última segunda-feira (14), proibindo mulheres trans de competir em torneios especificamente femininos. A Fide alegou que essas mulheres teriam “vantagens injustas” sobre competidoras cisgêneros. A decisão tem gerado revolta nas redes sociais.
A nova regra, que deve entrar em vigor a partir do dia 21 de agosto, estabelece que qualquer competidora que tenha feito a transição do gênero masculino para o feminino “não terá o direito de participar de eventos oficiais destinados especificamente para mulheres”. No documento, a Fide reconhece que tem recebido pedidos de inscrição de enxadristas que se identificam como transgênero.
A federação determina que, a partir da data mencionada, o pedido de alteração de gênero para as enxadristas já cadastradas deverá ser acompanhado de provas de acordo com as leis de cada país. Isso inclui a apresentação de certidão de nascimento, passaporte ou outros documentos de identificação.
Além disso, a regulamentação também estabelece que “se um jogador possuir qualquer um dos títulos femininos, mas alterar o gênero para masculino, os títulos femininos devem ser revogados”. Por outro lado, se a mudança de gênero for de masculino para feminino, os títulos permanecerão válidos.
A decisão tem gerado reações negativas e é considerada ofensiva não apenas para mulheres trans, mas também para as cis. Angela Eagle, membro do Parlamento do Reino Unido e campeã nacional de um torneio de xadrez na juventude, criticou a nova medida. “Não há vantagem física no xadrez, a menos que você acredite que os homens são inerentemente mais capazes de jogar do que as mulheres”, disse a parlamentar.
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