O bispo Rolando Álvarez, de 56 anos, voltou para a prisão La Modelo, nessa quarta-feira (5), após uma decisão do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. Ele tinha sido solto na noite de segunda-feira (03), depois de pressões do Vaticano, para que o religioso fosse liberto. O homem estava preso desde 2022.
Uma das condições para que o religioso continuasse livre, era que ele fosse exilado para Roma. Segundo informações do jornal El País, o bispo disse que não cometeu nenhum crime, sendo assim, não sairia da Nicarágua. Esta é a segunda tentativa frustrada de exilar o homem. Após se negar em ser levado para os Estados Unidos em 9 de março, ele foi colocado em uma cela de isolamento máximo na penitenciária La Modelo.
Além da permanência no país, Álvarez pedia também a libertação dos demais padres presos e o desbloqueio das contas bancárias das dioceses e paróquias do país, além do fim da perseguição religiosa imposta pelo governo de Daniel Ortega. Todas as propostas foram negadas pela ditadura.
O El País informou que um representante do Ministério das Relações Exteriores do Vaticano foi enviado a Nicarágua não só para participar das negociações com a ditadura de Ortega, mas também para tentar “persuadir” o bispo a viajar para Roma, porém, Álvarez disse que só sairia do país se o Papa Francisco desse uma ordem expressa.
Daniel Ortega está no comando do país desde 2007 e, aproximadamente, quatro anos os religiosos da Nicarágua e opositores do Governo sofrem perseguições. Mais de 200 ataques da ditadura já foram registrados durante esse período.
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