A imprensa da Nicarágua divulgou que o bispo da Igreja Católica, Rolando Álvarez, que havia preso após fazer críticas ao governo ditatorial de Daniel Ortega, foi solto na última segunda-feira (3). O homem estava detido desde agosto do ano passado e condenado a mais de 26 anos de prisão.
Álvarez foi acusado de conspiração contra a soberania nacional, traição e propagação de notícias falsas. O jornal “Confidencial” informou que existe uma negociação entre o vaticano com o governo de Ortega para que o religioso seja mandado ao exílio. Ainda segundo o jornal, o homem está sob proteção da Conferência Episcopal, até que o ditador tome outra decisão.
Desde quando foi detido, ele foi transferido para a capital do país, Manágua, após duas semanas de prisão domiciliar em Matagalpa. A partir de fevereiro de 2023, o religioso estava preso em cela de segurança máxima e recebeu visitas apenas duas vezes. No dia 25 de março, as fotografias da última visita foram divulgadas pelos meios oficiais do Governo de Ortega. Nas imagens o homem aparece magro e pálido.
Álvarez e outros religiosos do país, passaram a ser perseguidos após denunciarem violações de diretos humanos. Ao se recusar a ser exilado aos Estados Unidos, o bispo foi preso. Daniel Ortega tem atacado a Igreja Católica a pelo menos quatro anos, e durante esse período a Igreja já recebeu mais de 200 ataques na Nicarágua e causou preocupações no Vaticano.
Após pressões internacionais, Ortega já libertou neste ano, 222 opositores que estavam presos, mas expulsou as pessoas do país, retirando a nacionalidade de pelo menos 94 deles. O ditador está na presidência desde 2007 e a partir de lá já foram presos diversos candidatos da oposição. Organizações internacionais denunciam fraudes no pleito.
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