O grupo terrorista palestino islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, é liderado por Ismail Haniyeh. O Hamas é o responsável pelo mais letal ataque contra Israel em 50 anos, que já matou mais de mil pessoas no Estado judeu.
Ismail Haniyeh, 60 anos, nasceu em 29 de janeiro de 1963 em um campo de refugiados próximo da cidade de Gaza. Formou-se em Literatura Árabe na Universidade Islâmica de Gaza em 1987 e logo após se envolveu com um movimento estudantil ligado à Irmandade Muçulmana, a organização islâmica que serviu de base para a origem do Hamas.
Prisão e deportação
Haniyeh foi preso pela polícia de Israel, em 1987, por participar da revolta popular palestina contra os israelenses chamada de Primeira Intifada. Contudo, ele foi posto em liberdade pouco tempo depois. No ano seguinte, em 1988, foi novamente preso por envolvimento em um atentado terrorista, tendo sido condenado a três anos de prisão.
Já no ano de 1992, ele foi deportado para o Líbano junto com outros integrantes do Hamas, entretanto Haniyeh acabou retornando para Gaza um ano depois.
Relação com Hamas
Com o passar do tempo, Haniyeh se tornou um dos principais assessores do xeque Ahmed Yassin, um dos fundadores e líder espiritual do Hamas. Yassin foi morto pelas Forças de Defesa de Israel em 2004 e é considerado por autoridades do país como o homem que esteve por trás de diversos ataques terroristas do Hamas que ocorreram no território israelense.
A relação de Haniyeh com Yassin foi ficando ainda mais intensa após ele se aproximar de Khaled Meshaal, que foi o líder do grupo terrorista até 2017.
Em 2006, Haniyeh participou das eleições legislativas palestinas, quando o Hamas derrotou uma de suas principais organizações rivais, o Fatah, do atual presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Naquele momento, Haniyeh se tornou o primeiro-ministro do governo palestino de união nacional, mas enfrentou um boicote internacional por causada recusa do Hamas em reconhecer Israel como um Estado e renunciar à violência.
Demissão
Após um conflito armado entre o Hamas e o Fatah, Haniyeh foi demitido de seu posto em 2007 como primeiro-ministro do governo palestino por Abbas, que era o presidente da Palestina. No entanto, o Hamas tomou a Faixa de Gaza e desde então controla a região.
Desde a guerra entre as duas organizações os palestinos vivem divididos entre dois governos rivais: o da Autoridade Palestina na Cisjordânia, comandado por Abbas, e o do Hamas em Gaza, atualmente liderado por Haniyeh.
Em 2017, Haniyeh foi aclamado como o novo líder político do Hamas após Khaled Meshaal deixar o posto de chefe do grupo terrorista. Desde então, ele passou a morar no Catar, onde segundo informações, recebe apoio financeiro e político das autoridades do país que é rico em petróleo.
“Pragmático”
De acordo com a BBC, Haniyeh é considerado um líder “pragmático” dentro do Hamas, disposto a negociar com outros países árabes condições para "aliviar" as dificuldades enfrentadas pelos 2 milhões de palestinos que habitam em Gaza.
Haniyeh é defensor de uma reconciliação com o Fatah e da formação de um novo governo palestino de consenso nacional, que dessa vez possa representar “todos os palestinos” no Oriente Médio.
Haniyeh quer a criação de um Estado palestino que não reconheça formalmente a existência de Israel.
Divisão do poder
Haniyeh divide o poder dentro do grupo terrorista com outros 15 membros que fazem parte de uma espécie de conselho político, que é considerado como o órgão máximo de decisão do grupo.
Além disso, o Hamas conta com suas lideranças militares, que são responsáveis pela ala armada do grupo. Essas lideranças militares são coordenadas diretamente por Haniyehe são chamadas de Brigadas al-Qassam.
Os principais líderes militares do Hamas atualmente são Mohammed Deif e Marwan Issa, que vivem escondidos na cidade de Gaza e são alvos constantes de Israel. Enquanto Deif é considerado o cérebro por trás dos ataques ocorridos no sábado contra o território israelense, tendo escapado de pelo menos oito tentativas de assassinato, Issa é o responsável pelas operações militares na região central da Faixa de Gaza.
Aliados e fortuna
O líder do Hamas Haniyehe tem como principais aliados os países, entre eles Irã e o Catar, que apoiam a causa do grupo terrorista e o movimento de “resistência” dos palestinos contra o Estado de Israel.
Haniyeh ainda conta com o apoio de outros grupos terroristas islâmicos do Oriente Médio, como o Hezbollah no Líbano, a Irmandade Muçulmana no Egito e o Talibã no Afeganistão.
A estimativa é que o líder do Hamas seja um dos mais ricos do grupo. Segundo um artigo escrito por Ella Levy-Weinrib para o jornal financeiro israelense Globes em 2014, estima-se que Haniyeh possua uma fortuna de US$ 4 milhões (R$ 20 milhões). Mas, dado o tempo que se passou desde essa última informação, é provável que o líder do grupo terrorista tenha ampliado ainda mais a sua fortuna e também sua influência.
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