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Cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard morre aos 91 anos

A notícia foi confirmada pelo jornal francês Liberation, a partir de informações da família.

O cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard morreu nesta terça-feira, 13, aos 91 anos. Não foi informada a causa da morte. A notícia foi confirmada pelo jornal francês Liberation, a partir de informações da família.

Conhecido por uma filmografia radical e politicamente ativa, Godard esteve entre os diretores mais aclamados de sua geração com filmes clássicos como Acossado (À bout de souffle), que o lançou para o cenário mundial em 1960. O filme seguiu a história de uma jovem americana em Paris, interpretada pela atriz Jean Seberg, e seu caso condenado com um jovem rebelde em fuga, interpretado por Jean-Paul Belmondo.


Esse filme, que marcou sua estreia cinematográfica, revolucionou o cinema popular e logo colocou Godard como um dos diretores mais vitais e provocadores do mundo. Afinal, ele ele reescreveu regras para câmera, som e narrativa. Soube também ser controverso, como quando seu longa Je Vous Salue, Marie (1985) foi rejeitado pelo Papa João Paulo II - o filme chegou a ser proibido no Brasil. Mas Godard também fez uma série de filmes com carga política e experimental, que intrigavam seus fãs e críticos.

Nascido em uma rica família franco-suíça em 3 de dezembro de 1930, em Paris, Godard cresceu em Nyon, na Suíça, estudou etnologia na Sorbonne, na capital da França, onde foi cada vez mais atraído pela cena cultural que floresceu no Quartier Latin, berço de cineclubes nascidos após a Segunda Guerra Mundial.

Tornou-se amigo de futuros diretores de renome como François Truffaut, Jacques Rivette e Eric Rohmer e, em 1950, fundou a Gazette du Cinema. Em 1952, Godard começou a escrever para a prestigiosa revista de cinema Cahiers du Cinema.

Depois de trabalhar em dois filmes de Rivette e Rohmer em 1951, Godard tentou dirigir seu primeiro longa enquanto viajava pelas Américas do Norte e do Sul com seu pai, mas nunca o terminou. De volta à Europa, conseguiu um emprego na Suíça como operário da construção em um projeto de barragem. Ele usou o dinheiro para financiar seu primeiro filme completo, Operation Béton, de 1958, um documentário de 20 minutos sobre a construção da barragem.

De volta a Paris, Godard trabalhou como porta-voz de uma agência de artistas e fez seu primeiro curta de ficção, Todos os Rapazes se Chamam Patrick, lançado em 1959. Inquieto, continuou a aprimorar sua escrita. Mas foi com Acossado que Godard deu o novo tom para a estética cinematográfica francesa.

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