Uma mulher saudita foi condenada a 45 anos de prisão por publicações nas redes sociais, indicaram grupos de direitos humanos, citando documentos judiciais da Arábia Saudita. Nourah al-Qahtani foi sentenciada por “usar a internet para quebrar o tecido social” do reino e por “violação da ordem pública”.
De acordo com a organização Democracy for the Arab World Now (DAWN), agência com sede em Washington, fundada pelo jornalista saudita Jamal Khashoggi, Nourah foi condenada por violações das leis antiterrorismo e de crimes cibernéticos, habitualmente utilizadas pelas autoridades para processar ativistas ou críticos da monarquia.
O caso de Nourah não é o primeiro envolvendo condenação por publicação nas redes. Na semana passada, Salma al-Shehab, foi condenada a 34 anos de prisão por atividades no Twitter, na que era, até então, a maior pena imposta no reino por alguém expressar pacificamente suas opiniões.
O diretor de investigação para o Golfo Pérsico da DAWN, Abdulah Alaoudh, afirmou que a nova sentença mostra como as autoridades sauditas se mostram “valentes” para “castigar, inclusive, pelas críticas mais leves” os seus cidadãos.
“Tanto no caso de al-Shehab como de al-Qahtani, as autoridades sauditas utilizaram leis abusivas para atacar e punir os cidadãos sauditas por criticar o governo no Twitter”, disse Alaoudh.
Na semana passada, a ONG Centro do Golfo para os Direitos Humanos denunciou que as autoridades sauditas também acusaram de terrorismo a Lina al-Sharif, uma médica que está detida desde maio de 2021, por expressas suas opiniões nas redes sociais.
Após a condenação de al-Shebab, a porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, Liz Throssell, disse que se trata de “outro exemplo de como as autoridades sauditas usam as leis sobre terrorismo e crimes cibernéticos para intimidar e se vingar de defensores dos direitos humanos e qualquer voz dissidente”.
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