Após quatro semanas de conferência na sede da ONU de Nova York, as exigências russas bloquearam nesta sexta-feira, 26, a adoção de uma declaração conjunta sobre um tratado de desarmamento nuclear. Durante o encontro, Moscou denunciou aspectos “políticos” no texto.
O Tratado de Não-Proliferação Nuclear (NPT, na sigla em inglês), revisto a cada cinco anos por 191 signatários, visa impedir a proliferação de armas atômicas, promover o desarmamento completo e estimular a cooperação no uso pacífico de energia nuclear. As reuniões iniciaram no dia 1º de agosto e deveriam terminar nesta sexta-feira. A sessão final foi adiada por várias horas.
Ao final, o presidente da conferência, o argentino Gustavo Zlauvinen, disse que “não estava em condições de chegar a um acordo”, depois das discordâncias da Rússia ao texto. O representante russo Igor Vishnevetsky disse que a versão final do tratado, com mais de 30 páginas, carece de “equilíbrio”.
“Nossa delegação tem uma objeção fundamental a alguns parágrafos que são de natureza flagrantemente política”, disse ele, acrescentando que a Rússia não foi o único país que teve problemas com o texto.
Segundo fontes próximas às negociações, a Rússia se opôs particularmente aos parágrafos relativos à usina nuclear ucraniana de Zaporizhia, ocupada pelo exército russo. O último rascunho do texto expressou “séria preocupação” com as atividades militares em torno dos centros ucranianos, incluindo Zaporizhia, bem como a perda de controle da Ucrânia sobre esses locais e o impacto negativo na segurança.
Os signatários discutiram outros temas importantes durante a conferência, como o programa nuclear do Irã e os testes nucleares da Coreia do Norte. Na última conferência de revisão em 2015, as partes também não conseguiram chegar a um acordo sobre questões substantivas.
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