A principal agência de inteligência da Rússia acusou a Ucrânia de planejar e executar a morte de Daria Dugina, filha de Alexander Dugin, considerado o ideólogo do presidente Vladimir Putin, no sábado, 20. De acordo com a FSB, principal sucessora da antiga KGB, o assassinato teria sido arquitetado pelos serviços especiais ucranianos. Kiev nega envolvimento com o crime.
A Inteligência russa apontou como principal suspeita de realizar o atentado a cidadã ucraniana Natalia Vovk. Segundo a FSB, a mulher teria entrado no país no dia 23 de julho, acompanhada da filha de 12 anos, e teria alugado um apartamento no edifício em que Daria Dugina vivia com a intenção de vigiá-la.
Ainda de acordo com o serviço de inteligência russo, Natalia teria participado do festival nacionalista em que Alexander Dugin e a filha discursaram antes do atentado, fugindo para a Estônia em um carro modelo Mini Cooper após a explosão - trocando as placas do veículo ao longo da viagem.
Daria Dugina dirigia um Toyota Land Cruiser perto da cidade de Bolshie Viaziomy, a cerca de 40 km de Moscou, após participar de um evento nacionalista com o pai no sábado, 20, quando uma bomba foi detonada no veículo. A jornalista e cientista política morreu no local. Pessoas próximas à família afirmaram à imprensa russa que o alvo do suposto atentado seria Alexander Dugin, pois a jovem teria pego emprestado o carro do pai na última hora.
Alexander Dugin at the site near Moscow where his daughter Darya was killed tonight in a car bombing.pic.twitter.com/4lTYDMTR9s
— Visegrád 24 (@visegrad24) August 20, 2022
A morte de Daria ampliou o risco de uma escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia. Inicialmente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, evitou responsabilizar a Ucrânia, mas sinalizou retaliações caso o envolvimento seja confirmado.
“Se a Ucrânia foi de fato responsável, então temos que estar falando sobre uma política de terrorismo de Estado sendo realizada pelo regime de Kiev”, disse no domingo, 21.
Do lado ucraniano, o governo do presidente Volodmir Zelenski negou envolvimento com o ataque. “Posso garantir que não tivemos nada a ver com isso”, disse o assessor de Zelenski, Mikhailo Podoliak, no fim de semana.
Apesar da negativa, a Ucrânia está se preparando para uma intensificação dos ataques russos após o assassinato, com o aviso militar do país de que as tropas russas colocaram cinco navios de guerra e submarinos com mísseis de cruzeiro no Mar Negro, e que Moscou estava posicionando sistemas de defesa aérea em Belarus.
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