O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse que convidou seu homólogo francês, Emmanuel Macron, para visitar o país para ver por si mesmo que as forças russas estão cometendo “genocídio”, um termo que seu colega francês até agora se recusou a usar.
“Sobre Emmanuel, falei com ele”, disse Zelenski em entrevista ao canal americano CNN na sexta-feira e transmitido neste domingo, 17. “Acho que ele quer garantir que a Rússia se engaje em um diálogo”, opinou, para explicar a recusa do líder francês em denunciar um “genocídio” das tropas russas ao invadir a Ucrânia, ao contrário da posição do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O presidente ucraniano inicialmente considerou essa recusa “muito dolorosa” na quarta-feira.
“Eu disse a ele que queria que ele entendesse que isso não é uma guerra, nada mais é do que genocídio. Eu o convidei para vir quando tiver uma chance”, disse. “Ele virá e verá, e tenho certeza de que entenderá”, acrescentou.
Macron, em plena campanha para sua reeleição nas eleições presidenciais do próximo domingo na França, explicou na quinta-feira que a palavra “genocídio” deve, em sua opinião, ser “qualificada por advogados, não por políticos” e que “escaladas verbais” não ajudam a Ucrânia.
Em sua entrevista transmitida neste domingo, o presidente ucraniano também expressou seu desejo de ser visitado por Biden, que esta semana declarou que as forças russas estavam cometendo “genocídio”.
Anteriormente, o americano já havia chamado as ações da Rússia na Ucrânia de crimes de guerra, mas ainda não havia qualificado a incursão como genocídio. No dia 4, Biden chamou Putin de criminoso de guerra e, em 26 de março, em um discurso na Polônia, afirmou que “esse homem (Putin) não pode continuar no poder”.
“Acho que ele virá... mas a decisão depende dele, claro, depende da situação de segurança”, disse Zelenski. “Mas acho que ele é o governante dos Estados Unidos e é por isso que ele deveria vir e ver”, explicou.
O governo dos Estados Unidos está considerando mandar um enviado a Kiev, mas a Casa Branca descartou por enquanto a viagem do próprio presidente, uma viagem que seria de alto risco em meio ao conflito.
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