Horas depois de implorar ao Congresso dos EUA que enviasse mais armas à Ucrânia, o presidente Volodmir Zelenski fez um pronunciamento em vídeo na noite desta quarta-feira, 16, pedindo sanções econômicas mais duras contra a Rússia - a quem acusou de ter se tornado um Estado terrorista - porque o lote atual não havia parado a guerra, que está na terceira semana.
O presidente ucraniano também denunciou que os russos não respeitaram os corredores humanitários acordados para permitir que refugiados deixem cidades sitiadas e para que ajuda externa chegue até os locais.
“Os militares russos não pararam de bombardear” e “não garantiram a segurança”, declarou Zelenski, acrescentando que, apesar disso, mais de 6 mil moradores de Mariupol conseguiram deixar a cidade sitiada, incluindo mais de 2 mil crianças.
Desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, as forças russas fizeram incursões pelo país, mas não conseguiram tomar Kiev e a maioria das outras grandes cidades. Artilharia, mísseis e ataques aéreos russos atingiram rotas de fuga civis, áreas residenciais densamente povoadas, escolas, hospitais e até um teatro em Mariupol que estava sendo usado como abrigo antiaéreo. O Kremlin nega ter disparado contra alvos civis.
Os Estados Unidos, a Europa e outros líderes mundiais já atingiram a economia russa com amplas sanções e têm como alvo os ativos dos oligarcas do país. Bancos estrangeiros, gigantes da tecnologia e redes de varejo também anunciaram que estão interrompendo as operações comerciais com a Rússia, isolando ainda mais a economia de Putin.
Leningrado ucraniana
Em seu pronunciamento, Zelenski ainda comparou o cerco russo à cidade portuária de Mariupol ao brutal bloqueio nazista de Leningrado durante a 2ª Guerra.
“Aviões russos lançaram propositalmente uma enorme bomba no Teatro Drama, no centro da cidade”, disse ele. “Centenas de pessoas estavam se escondendo do bombardeio lá. O prédio foi destruído. O número de mortos é desconhecido”.
O presidente ainda voltou a convocar os soldados russos a deporem suas armas. “Todo soldado russo que depor as armas terá a chance de sobreviver. Estou me dirigindo a recrutas, que foram jogados na fornalha desta guerra - não a guerra deles - e outros soldados que ainda têm um instinto de autopreservação. Abaixem as armas. É melhor do que morrer no campo de batalha em nossa terra”.
Reconstrução da Ucrânia
Zelenski concluiu o pronunciamento afirmando que já estão em andamento planos para restaurar a Ucrânia ao fim da guerra.
“Estamos trabalhando no programa para a restauração do nosso país depois da guerra. Prometo a todos os ucranianos que perderam sua casa ou apartamento como resultado do bombardeio, que o Estado reconstruirá tudo. Estou confiante de que seremos capazes de reconstruir nosso país rapidamente. Não importa quão grandes sejam as perdas... Será uma reconstrução histórica, um projeto que inspirará o mundo assim como nossa luta pela liberdade, nossa luta pela Ucrânia”, disse no vídeo, em trecho traduzido pelo jornal britânico The Guardian.
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