Mais de 1,7 milhão de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, de acordo com os dados atualizados da ONU publicados nesta segunda-feira, 7. O Alto Comissariado das Nações Unidos para os Refugiados (Acnur) contabiliza 1.735.068 refugiados, um aumento de quase 200 mil desde o domingo 6.
As autoridades da ONU esperam que o fluxo aumente, sobretudo no caso de abertura de corredores humanitários que permitam aos civis sair das grandes cidades. "Esta é a crise de refugiados de crescimento mais rápido na Europa desde a 2.ª Guerra", tuitou no domingo o alto comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi.
More than 1.5 million refugees from Ukraine have crossed into neighbouring countries in 10 days — the fastest growing refugee crisis in Europe since World War II.
— Filippo Grandi (@FilippoGrandi) March 6, 2022
Os números de refugiados incluem o território controlado por Kiev, com mais de 37 milhões de habitantes, mas não a península da Crimeia - anexada pela Rússia em 2014 - nem as duas áreas controladas pelos separatistas pró-russos no leste do país: Donetsk e Luhansk.
De acordo com a ONU, até quatro milhões de pessoas podem abandonar a Ucrânia em razão da guerra. Na semana passada, Lviv, uma cidade no oeste do país a aproximadamente 80 quilômetros da fronteira com a Polônia e conhecida como centro turístico, com uma cidade-velha histórica considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, se transformou em um centro de refúgio para os deslocados internamente.
As pessoas que fogem da guerra, a maioria mulheres e crianças, seguem para os países fronteiriços e, de lá, para outros países europeus em busca de um recomeço. Os homens em idade de combater estão proibidos de deixar a Ucrânia.
Na Polônia, recorde de chegada
A Polônia é o país que recebeu o maior número de refugiados. No total foram 1.027.603 pessoas, de acordo com o Acnur, o equivalente a 59,2% do número total.
No domingo 6, o país registro outro recorde de entradas, com 142.300 pessoas. De acordo com os guardas de fronteira poloneses, entre meia-noite e 7 horas, entraram 42 mil pessoas no país.
Antes da crise, 1,5 milhão de ucranianos já moravam na Polônia, a maioria por trabalhar neste país membro da União Europeia.
Na Hungria, alojamentos
A Hungria recebeu 180.163 refugiados, segundo o Acnur, 10,4% do total. O país possui cinco postos fronteiriços com a Ucrânia e várias cidades limítrofes, como Zahony, disponibilizaram edifícios públicos para alojar ucranianos.
Outros destinos
Um total de 128.169 moradores da Ucrânia fugiram para a Eslováquia, sendo 14 mil delas nas últimas 24 horas. Na Moldávia, entraram um total de 82.762 refugiados.
Após chegar à Moldávia, um pequeno país de 2,6 milhões de habitantes e um dos mais pobres da Europa, parte dos refugiados continua a viagem para a Romênia, onde o Acnur já contabilizou 78.977 refugiados. Dois campos foram instalados, um em Sighetul e outro em Siret.
Rússia
O número de pessoas que buscaram refúgio na Rússia não é atualizado desde 3 de março, quando era de 53.300 (3,1% do total).
O Acnur informou que, entre 18 e 23 de fevereiro, 96 mil pessoas passaram dos territórios separatistas pró-Moscou de Donetsk e Luhansk para a Rússia.
A agência da ONU também informou que 183.688 pessoas, 10,6% do total, se refugiaram em outros países europeus, mais distantes das fronteiras da Ucrânia.
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