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Ucrânia acusa Irã de enviar especialistas à Rússia para lidar com drones

Estados Unidos ameaçam nova sanções contra iranianos por fornecimento dos dispositivos kamikaze.

O exército ucraniano afirmou nesta quinta-feira, 20, que o Irã e a Rússia chegaram a um acordo para envio ao território russo de especialistas e instrutores no manuseio dos chamados ‘drones kamikaze’ iranianos, para atuar nos ataques à Ucrânia.

De acordo com Kiev, os especialistas enviados além de treinados para lidar com os drones ‘Shahed-136′, que Moscou já vem usando contra a Ucrânia, também ajudarão as tropas russas no manuseio do drones ‘Arash-2′, dispositivos de segunda geração, mais potentes e precisos, que poderão ser usados no futuro.


Em comunicado nas redes sociais, o exército ucraniano não especifica para onde os especialistas iranianos foram enviados. mas garantiram que já chegaram a derrubar um total de 223 drones kamikazes. “Desde o momento em que o primeiro drone kamikaze shahed-136, de fabricação iraniana, foi abatido dentro do território da Ucrânia (em 13 de setembro, em Kupiansk), as unidades de defesa aérea da Força Aérea e outras unidades das Forças de Defesa da Ucrânia destruíram 223 veículos aéreos não tripulados”, observaram as fontes.

As Forças Armadas ucranianas afirmaram também que, ao longo das últimas 24 horas, repeliram ataques russos em várias áreas do país, especialmente nas regiões de Luhansk e Donetsk, ocupadas e anexadas pela Rússia. Ainda de acordo com as autoridades ucranianas, as forças russas realizaram 11 ataques com mísseis e 28 ataques aéreos, bem como mais de 65 ataques de foguetes de lançamento múltiplo ao longo das últimas 24 horas.

Irã e Rússia negam

Por outro lado, Rússia e Irã estiveram, nesta quarta-feira, 19, em uma sessão a portas fechadas no Conselho de Segurança das Nações Unidas, e negaram que drones iranianos sejam usados na Ucrânia.

O vice-embaixador russo na ONU, Dmitri Polianski, alegou que os países ocidentais “não apresentaram nenhuma evidência” de tal uso de drones iranianos, acrescentando que os drones usados na Ucrânia são fabricados na Rússia e possuem rótulos russos.

“Não houve transferência de armas em violação da resolução 2231 [sobre o programa nuclear iraniano, que inclui limitações à exportação de armas], nem o Irã forneceu drones à Rússia para uso no conflito na Ucrânia”, disse o diplomata. Ele também garantiu que a Rússia “sabe o que está fazendo e sabe como fazê-lo. Não subestime as capacidades tecnológicas da indústria russa de drones”. Polianskii disse ainda que o secretário-geral da ONU, António Gutérres, extrapolou em suas funções e que seu país “reavaliará sua cooperação” com ele.

Após o russo, o embaixador iraniano, Amir Saeid Iravani, tomou a palavra e enfatizou a neutralidade de seu país no conflito ucraniano, dizendo que estão interessados na paz. “Nenhuma de nossas exportações inclui drones para qualquer país”, disse ele, e descreveu as declarações a esse respeito como “acusações infundadas”.

Sanções

Os Estados Unidos ameaçaram aplicar sanções ao Irã por fornecer à Rússia drones kamikaze para uso contra a Ucrânia. Em um comunicado, o governo disse que há “evidências abundantes” de que o Irã está transferindo drones para o território russo e que “não hesitará em usar sanções e outras ferramentas apropriadas para punir todas as partes envolvidas”. A declaração dos EUA ocorreu horas depois da União Europeia chegar a um acordo, na quyarta-feira, 19, para sancionar o Irã pela mesma razão.

No caso europeu, o acordo alcançado pelos embaixadores dos 27 países junto à UE alarga a lista de pessoas e entidades iranianas às quais aplica medidas restritivas, decisão que deve ser formalizada nesta quinta-feira.

A decisão e a nova lista dos sancionados também devem ser publicadas no Diário Oficial da UE para que as medidas restritivas possam entrar em vigor. As sanções seletivas da União Europeia consistem na proibição de entrar no território comunitário e no congelamento de bens que as pessoas ou entidades em questão possam ter na região da Europa. A decisão de punir o Irã por fornecer à Rússia esse tipo de armamento para atacar a Ucrânia foi rapidamente acatada pela UE.

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