O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu nesta segunda-feira, 17, um cessar-fogo entre Israel e palestinos em conversa por telefone com o premiê israelense Binyamin Netanyahu, afirmou a Casa Branca em comunicado.
Aliado de Israel, o governo americano vem fazendo o que a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, e o assessor de segurança nacional, Jake Sullivan, chamam de "diplomacia silenciosa e intensiva". Nesta segunda-feira, o país bloqueou pela terceira vez o que teria sido uma declaração unânime das 15 nações do Conselho de Segurança da ONU expressando "grave preocupação" com a intensificação do conflito israelense-palestino e a perda de vidas civis. Uma nova reunião do Conselho de Segurança a portas fechadas está marcada para terça-feira, disseram diplomatas.
A posição moderada do governo dos EUA vem apesar dos apelos do Conselho de Segurança, de políticos democratas e da comunidade internacional para que Biden e outros líderes tomem posições mais contundentes em relação ao conflito. Enquanto as trocas de mísseis e foguetes entre Israel e Hamas atingiam seus piores níveis desde 2014 e o clamor internacional crescia, o governo Biden -- determinado a afastar o foco da política externa dos EUA do Oriente Médio e do Afeganistão -- se recusou a criticar a participação de Israel no combate. Também não fez com que seu emissário especial, Hady Amr, pressionasse publicamente pelo fim do conflito, como outros governos americanos fizeram anteriormente.
Amr se encontrou nesta segunda-feira com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, na Cisjordância ocupada. Abbas pediu a "intervenção necessária" de Washington para conter "a agressão de Israel ao povo palestino", segundo a agência oficial Wafa.
Em Copenhague, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que faria mais ligações nesta segunda-feira.
“Em todos esses compromissos, deixamos claro que estamos preparados para dar nosso apoio, caso busquem um cessar-fogo”, disse. "Qualquer iniciativa diplomática que avance nessa perspectiva é algo que apoiaremos, e estamos novamente dispostos e prontos para fazer isso, mas, em última análise, cabe às partes deixar claro que desejam buscar um cessar-fogo.''
Recuar no Oriente Médio para se concentrar em outras prioridades políticas -- como a ascensão da China - traz riscos políticos para o governo Biden. Mas uma abordagem relativamente não-intervencionista no conflito israelense-palestino também poderia poupar os EUA de anos de discussões em um processo de paz que nenhum dos lados apóia efetivamente.
O conflito deixou até esta segunda-feira pelo menos 200 palestinos, incluindo 59 crianças e 35 mulheres, mortos, além de 1.300 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Oito pessoas, entre elas um menino de 5 anos e um soldado, morreram em Israel.
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