As Forças Armadas de Israel voltaram a bombardear Gaza na madrugada desta segunda-feira, 17, após uma semana que deixou quase 200 mortos no conflito com o Hamas. No começo desta nova semana, os apelos internacionais pelo fim das hostilidades continuam sendo ignorados por israelenses e palestinos.
Na madrugada do domingo, 16, para segunda-feira, a Aeronáutica israelenses efetuou dezenas de bombardeios em poucos minutos, provocando cortes de energia elétrica. Centenas de edifícios foram destruídos na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais, que ainda não divulgaram um balanço de vítimas.
O exército israelense informou em um comunicado que atacou noves casas que pertencem a comandantes do Hamas, incluindo algumas que seriam utilizadas para armazenar armas.
"Nunca aconteceram bombardeios deste calibre", afirmou Mad Abed Rabbo, de 39 anos, que mora na zona oeste da cidade de Gaza e disse que tem o sentimento de "horror, medo". Outro morador da região, Mani Qazaat, declarou: "Eu tive a sensação de morrer".
Os bombardeios aconteceram depois que 42 palestinos, incluindo oito menores de idade e dois médicos, morreram no domingo no território governado pelo Hamas, segundo o ministério da Saúde local.
Desde 10 de maio, quando teve início a espiral de violência, ao menos 197 palestinos morreram, incluindo 58 menores de idade, e mais de 1.200 ficaram feridos. Do lado de Israel, 10 pessoas morreram, incluindo uma criança, e 294 ficaram feridos em decorrência dos ataques com foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza.
"Legítimo"
Os grupos armados palestinos, incluindo o Hamas, lançaram mais de 3.100 projéteis contra Israel desde o início das hostilidades. A maioria dos foguetes foi interceptada pelo sistema antimísseis Domo de Ferro.
"Nossa campanha contra as organizações terroristas segue a pleno vapor", afirmou no domingo o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, que justificou o bombardeio de um edifício de 13 andares que abrigava os escritórios do canal Al Jazeera e da agência americana de notícias Associated Press. Era um "alvo perfeitamente legítimo", declarou, antes de explicar que o ataque foi baseado em informações dos serviços de inteligência. No sábado, 15, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou estar "consternado" com as mortes de civis em Gaza e "profundamente perturbado" pelo ataque de Israel contra um prédio que abrigava escritórios da imprensa internacional.
O exército israelense, que alega ter como alvos as áreas e equipamentos do Hamas, alguns comandantes e túneis subterrâneos, acusa o movimento islamista de usar os civis como "escudos". Em sua ofensiva contra o Hamas, o exército israelense anunciou que atacou as residências de Yahya Sinouar, líder do grupo islamita na Faixa de Gaza, e de seu irmão, "um militante terrorista". Fontes das unidades de segurança palestinas confirmaram o bombardeio, mas não informaram sobre o paradeiro de Sinouar.
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