O príncipe Philip, que serviu como oficial da Marinha na 2ª Guerra e sempre manteve laços estreitos com as Forças Armadas, desejava uma cerimônia de estilo militar. Por isso, seu caixão não será transportado em carro funerário, mas sim em uma Land Rover verde do Exército, que ele desenhou especialmente para a ocasião.
O marido da rainha Elizabeth II era um fã do design e da engenharia da Land Rover, marca que se tornou símbolo do Reino Unido. O projeto feito por ele, que modificou um modelo Defender TD5 130, foi feito há 16 anos e determinava a pintura do veículo em verde-oliva. Os últimos ajustes foram feitos por Philip em 2019, incluindo suportes especiais para evitar que o caixão fique mexendo no trajeto.
“O duque foi um grande fã de design, engenharia e tecnologia. Durante suas visitas às nossas instalações, ele se envolveu com centenas de funcionários e demonstrou um impressionante conhecimento e profundo interesse na fabricação de veículos”, afirmou Thierry Bolloré, CEO da Jaguar, que fabrica o Land Rover.
Os modelos de Land Rover são muito usados por caçadores em propriedades rurais do Reino Unido. Eles também são populares nas ex-colônias britânicas, especialmente em safáris turísticos em países da África Austral. Nas Malvinas (Ilhas Falkland), são o único carro capaz de viajar pelas esburacadas estradas do arquipélago.
O funeral do príncipe Philip, que paralisará o Reino Unido hoje, marca o reencontro entre os irmãos William e Harry. É a primeira vez que os dois estarão lado a lado desde que Harry deixou a família real e foi para o Canadá com a mulher, Meghan Markle – hoje, o casal vive na Califórnia com o filho Archie.
Harry chegou a Londres na semana passada e, desde então, está isolado, cumprindo quarentena. Segundo o jornal The Telegraph, os irmãos já se falaram por telefone e Kate Middleton, duquesa de Cambridge, mulher de William, estaria mediando a aproximação entre os dois.
Na cerimônia de hoje, toda a família real britânica usará trajes civis e os irmãos William e Harry caminharão separados por um primo – Peter Phillips –, também membro da realeza. Ainda não está claro se os dois terão espaço para ter uma conversa particular – e, para os britânicos, esta é a grande questão envolvendo o funeral de Philip.
Harry, de 36 anos, que abalou a monarquia há um ano quando decidiu abandonar suas funções reais. Por isso, ele não andará atrás do caixão de seu avô com William, de 38 anos, que é o segundo na linha de sucessão ao trono – atrás apenas do pai, o príncipe Charles. Será a primeira aparição pública de Harry com a família real desde que ele e Meghan deram uma entrevista à apresentadora americana Oprah Winfrey, na qual acusaram um membro não identificado da realeza de racismo.
Philip morreu na sexta-feira passada, faltando dois meses para seu 100.º aniversário. Seguindo seu testamento, ele será enterrado hoje nas proximidades do Castelo de Windsor e, em razão da pandemia, apenas 30 pessoas, a maioria parentes próximos, poderão acompanhar o funeral. A rainha Elizabeth II, que fará 95 anos no dia 21, e todos os convidados usarão máscaras e manterão distanciamento, informou o Palácio de Buckingham.
Desde sua morte, o corpo de Philip foi mantido na capela privada do Castelo de Windsor. Neste sábado, 17, por volta das 14h40 (10h40 em Brasília), o corpo será colocado no Land Rover modificado, que fará a viagem de menos de 10 minutos até a Capela de São Jorge, também no Castelo de Windsor.
Ao longo do trajeto, a rua será ladeada por militares, em reconhecimento ao serviço naval do príncipe. Tiros serão disparados e soarão os sinos. O hino God Save the Queen será tocado quando a procissão chegar à capela, onde um coro cantará uma música escolhida por ele antes do serviço religioso.
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