O parlamentar britânico David Amess, de 69 anos, morreu após ser esfaqueado durante um ato com eleitores no sudeste da Inglaterra nesta sexta-feira, 15. Amess recebia eleitores em uma igreja em seu distrito eleitoral, Leigh-on-Sea, a leste de Londres, no momento do atentado.
Amess era um representante do Partido Conservador, mesma legenda do primeiro-ministro Boris Johnson. Casado e com cinco filhos, foi eleito pela primeira vez ao parlamento em 1983, e nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth II por seus serviços públicos em 2015. O site do parlamentar lista como seus principais interesses o "bem-estar animal e questões pró-vida".
O ataque aconteceu por volta do meio-dia (08h em Brasília), durante uma reunião com eleitores na Igreja Metodista de Belfairs. A polícia de Essex prendeu um homem de 25 anos, apontado como único suspeito pelo crime até o momento. Uma faca foi apreendida com ele.
À Reuters, o departamento policial ainda informou que o parlamentar foi atendido por serviços de emergência no local, mas não resistiu aos ferimentos. "Ele foi esfaqueado várias vezes", disse John Lamb, um vereador local.
Ainda não há explicações sobre a motivação do ataque, mas a polícia britânica informou que não busca por nenhum outro suspeito por possível relação com o fato.
Paul Gardiner, um barbeiro de 41 anos, cujo estabelecimento fica a cerca de 250 metros do local do ataque, explicou o deslocamento da polícia à France-Presse. "Há alguns helicópteros sobrevoando o local e havia uma ambulância", disse ele. “Eu estava dirigindo para o trabalho e estacionei por volta das 12h30 (08h30 em Brasília), havia muitos carros da polícia passando por lá”, acrescentou.
Outra testemunha, Ashley Curtis, um homem de 49 anos que mora a 200 metros da igreja, disse que duas horas depois a estrada ainda estava bloqueada por carros de polícia e uma ambulância.
"Ninguém poderia pensar que algo assim aconteceria por aqui", disse ele à France-Presse. "David Amess é um cara bom. Eu o conheço e me relacionei com ele no passado", explicou ele, considerando que o agressor teve que guardar muito rancor para entrar na igreja metodista enquanto o parlamentar recebia pessoas e realizar o atentado.
Políticos britânicos reagem a morte de Amess
As reações políticas foram imediatas, em um país ainda marcado pelo assassinato da deputada Europhile Jo Cox, em 2016, uma semana antes do referendo do Brexit, pelas mãos de um ativista neonazista.
"Notícias horríveis e profundamente chocantes", tuitou o líder da oposição trabalhista Keir Starmer.
Horrific and deeply shocking news. Thinking of David, his family and his staff.
— Keir Starmer (@Keir_Starmer) October 15, 2021
Ex-primeiros-ministros conservadores também se manifestaram. David Cameron lamentou esta "notícia alarmante e preocupante", enquanto Theresa May afirmou que se trata de "um dia trágico" para a democracia britânica.
This is the most devastating, horrific & tragic news. David Amess was a kind & thoroughly decent man - & he was the most committed MP you could ever hope to meet. Words cannot adequately express the horror of what has happened today. Right now, my heart goes out to David’s family
— David Cameron (@David_Cameron) October 15, 2021
Heartbreaking to hear of the death of Sir David Amess. A decent man and respected Parliamentarian, killed in his own community while carrying out his public duties. A tragic day for our democracy. My thoughts and prayers are with David’s family.
— Theresa May (@theresa_may) October 15, 2021
Boris Johnson não reagiu imediatamente, mas bandeiras em Downing Street foram baixadas em homenagem ao parlamentar.
"A Fundação Jo Cox fica horrorizada ao ouvir a notícia do ataque a Sir David Amess. Pensamos nele, em sua família e em seus entes queridos neste momento angustiante", tuitou a instituição criada em memória da parlamentar trabalhista assassinado aos 41 anos.
"Atacar nossos representantes eleitos é um ataque à própria democracia. Não há desculpa ou justificativa. É a coisa mais covarde que pode haver", disse Brendan Cox, viúvo da deputada falecida.
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