Único integrante do governo brasileiro a comentar a invasão ao Congresso dos Estados Unidos por extremistas pró-Donald Trump, o vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou tratar-se de “questão interna” dos americanos e evitou condenar os atos. “São questões internas dos EUA e que terão de ser solucionadas pelo novo governo e de acordo com a lei”, disse o vice ao Estadão.
Diferentemente de líderes de outros países democráticos, como os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Colômbia, Iván Duque. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República disse que não comentaria o caso, e o Itamaraty não havia se posicionado até a conclusão desta reportagem.
O governo da Venezuela, cujo presidente chavista, Nicolás Maduro, não é reconhecido como legítimo pelos EUA e pelo Brasil, também usou a chancelaria para “condenar a polarização política e a espiral de violência” em Washington.
Alcolumbre e Maia criticam invasão
Mais uma vez, autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário brasileiros condenaram a invasão nos EUA. O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), chamou o episódio de tentativa de insurreição e disse que o protesto é inaceitável.
“As imagens da invasão ao Congresso americano, em uma tentativa clara de insurreição e de desprezo ao resultado das eleições por parte de um grupo, são inaceitáveis em qualquer democracia e merecem o repúdio e a desaprovação de todos os líderes com espírito público e responsabilidade”, escreveu Alcolumbre.
No mesmo tom, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamou o caso de “desespero de uma corrente antidemocrática que perdeu as eleições”.
“No triste episódio nos EUA, apoiadores do fascismo mostraram sua verdadeira face: antidemocrática e truculenta. Pessoas de bem, independentemente de ideologia, não apoiam a barbárie. Espero que a sociedade e as instituições americanas reajam com vigor a essa ameaça à democracia”, disse o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso.
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