O presidente russo, Vladimir Putin, sancionou nesta sexta-feira, 29, projeto de lei que estende o Novo Start, o último tratado de controle de armas nucleares entre a Rússia e os Estados Unidos. O pacto expiraria no próximo dia 5.
Na quarta-feira, as duas Casas do Parlamento aprovaram por unanimidade a prorrogação por mais cinco anos do tratado. Putin e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, haviam discutido o acordo nuclear um dia antes. A extensão do pacto não requer aprovação do Congresso dos Estados Unidos.
Diplomatas russos disseram que a extensão será validada pela troca de notas diplomáticas assim que todos os procedimentos no país forem concluídos.
O tratado, assinado em 2010 pelo presidente Barack Obama e pelo presidente russo Dmitri Medvedev, prevê que cada país pode ter até 550 ogivas nucleares e 700 mísseis capazes de transportá-las. Inspeções locais são permitidas para a verificação do cumprimento do acordo.
Biden indicou durante a campanha presidencial americana que era favorável à preservação do Novo Start, negociado quando ele era vice-presidente. A Rússia já havia pedido o prolongamento do pacto sem quaisquer condições ou mudanças, mas o governo do ex-presidente Donald Trump esperou até o ano passado para iniciar as negociações e tornou a extensão dependente de um conjunto de exigências.
As negociações estagnaram mesmo após meses de tratativas que não conseguiram reduzir as diferenças. Em 2019, depois que Moscou e Washington se retiraram do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário de 1987, o Novo Start se tornou o único acordo de controle de armas nucleares remanescente entre os dois países.
No início do mês, a Rússia anunciou que seguiria os EUA na retirada do Tratado de Céus Abertos, que permitia voos de vigilância sobre instalações militares para ajudar a construir uma relação de confiança entre a Rússia e o Ocidente.
Os defensores do controle de armas saudaram a extensão do Novo Start como uma vitória da segurança global e agora querem que a Rússia e os Estados Unidos comecem a negociar acordos de acompanhamento.
O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, o principal negociador do país no pacto, disse no início desta semana que a Rússia estava pronta para se sentar para conversas sobre possíveis cortes em seu arsenal.
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