O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, morreu nesta terça-feira, 25, anos 91 anos. O ditador comandou o país por quase 30 anos e só deixou o governo após a Primavera Árabe, em 2011, em uma onda de protestos pró-democracia no norte da África e no Oriente Médio. A TV estatal do Egito afirmou que Mubarak morreu em um hospital do Cairo, onde havia passado por uma cirurgia não especificada. Ele também tinha complicações de saúde decorrentes da idade.
Hosni Mubarak graduou-se pela Academia Militar em 1949 e pela Academia da Força Aérea Egípcia em 1950, da qual foi comandante-chefe a partir de 1972. Seu desempenho na guerra de Yom Kippur com Israel em 1973 lhe rendeu o cargo de marechal, concedido um ano depois.
Em 1975, o presidente Muhammad Anwar el-Sadat nomeou Mubarak como seu vice-presidente, que seis anos mais tarde assumiu o comando do país, após o assassinato de Sadat. O posto de presidente foi renovado por quatro vezes: em 1987, 1993, 1995 e 1999.
Ao longo de seu governo, Mubarak foi um importante aliado dos EUA e defensor da paz do Egito com Israel. Mas, para as dezenas de milhares de jovens egípcios que tomaram as ruas do país em 2011, Mubarak era incompatível com os novos tempos. A inspiração veio de países do norte da África e do Oriente Médio, que organizavam protestos para derrubar os governos e instalarem democracias.
Com forte uso das redes sociais, multidões enormes pediam a renúncia do presidente em protestos que deixaram pelo menos 239 mortos em todo o país. No final, com milhões reunidos na capital e no interior, além de marchas contra o palácio de Mubarak, os militares decidiram tirá-lo do poder.
Mubarak foi preso em abril de 2011, dois meses após deixar o governo, e ficou em prisões e em hospitais militares sob forte vigilância até março de 2017, quando foi solto.
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