O primeiro caminhão com ajuda humanitária brasileira chegou a Pacaraima na fronteira entre os dois países, q fronteira entre os dois países, que está fechada desde a quinta-feira pelo governo de Nicolás Maduro. O outro veículo, que também partiu na manhã deste sábado de Boa Vista, em Roraima, teve um pneu furado e deve chegar em seguida. Ambos caminhões com placas e motoristas venezuelanos receberam escoltas pela Polícia Rodoviária Federal e do exército durante os 220 quilômetros.
O governo federal estocou em Boa Vista, com ajuda da embaixada dos Estados Unidos, cerca de 200 toneladas de alimentos e remédios, que não puderam ser transportados em sua totalidade devido ao fechamento de fronteira ordenado por Maduro.
- Foto: Edmar Barros/Futura Press/Estadão ConteúdoFronteira da Venezuela com Brasil está fechada
O Brasil se comprometeu com a operação, mas estabeleceu como única condição que o transporte da carga seja realizado por "caminhões venezuelanos com motoristas venezuelanos", que nos últimos dias não conseguiram entrar no país devido ao bloqueio fronteiriço estabelecido por Maduro.
Segundo o porta-voz do presidente Jair Bolsonaro, Otávio do Rêgo Barros, a operação para entregar essa ajuda pode se prolongar pelos próximos dias se persistirem as dificuldades para a entrada dos caminhões venezuelanos.
Fontes oficiais consultadas pela Agência Efe disseram que, caso os caminhões não consigam entrar neste sábado na Venezuela, retornarão a Boa Vista e serão enviados novamente quando houver as garantias de segurança necessárias.
Oposição se prepara para entrega de ajuda humanitária
Neste sábado, 23, uma delegação, comandada pelo líder opositor Juan Guaidó, deve tentar entregar cerca de 200 toneladas de alimentos e suprimentos médicos na fronteira brasileira e colombiana. A estratégia da oposição é levar o auxílio por meio de três ações simultâneas, com eventos na Colômbia, assistência prestada por via marítima e através da fronteira da Venezuela com o Brasil.
A operação deve enfrentar a resistência militar que cerca as fronteiras do país. "Haverá tantas pessoas reunidas na fronteira e em cidades diferentes por todo o país que será impossível parar o movimento", disse um dos membros da oposição David Smolansky.
Civis descontentes com a situação do país tendem a se unir ao grupo de oposição na operação deste sábado. Líderes internacionais, incluindo o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, apelam para ambos os lados evitarem a violência.
Desde ontem, a região fronteiriça está sob vigia das Forças Armadas venezuelanas. Ontem, em um conflito entre civis e militares, dois indígenas foram mortas e outros 22 ficaram feridos. O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, disse que os militares "nunca teriam ordens de disparar contra a população civil" e que esperava que o "bom senso prevalecesse em Cucuta".
Na madrugada de sexta-feira para sábado, tropas de choque do governo de Nicolas Maduro obrigaram civis se afastarem da estrada para o ponte Simon Bolivar, que liga o país à Colômbia. O governo venezuelano havia dito que fecharia três de suas pontes na fronteira. Centenas de militares e caminhões das Froças Armadas cercam as fronteiras do país.
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