Renato e Aline Openkoski, pais do bebê Jonatas, foram indiciados pela Polícia Civil de Joinville, em Santa Catarina por estelionato e apropriação indébita. Além disso, a polícia também pediu a prisão do pai da criança por acreditar que ele seja o maior articulador do golpe. Um médico também foi indicado por falso testemunho.
Entenda o caso
O bebê Jonatas é portador da Atrofia Muscular Espinhal Tipo 1 (AME), doença genética rara que pode levar a morte da criança em poucos meses. Cada dose de uma medicação importada para o tratamento de Jonatas custa R$ 350 mil e são necessárias pelo menos quatro ampolas para dar início.
Várias celebridades como Danielle Winitz, André Gonçalves, Victor e Leo e Zezé de Camargo e Luciano se juntaram em campanha para arrecadar fundos para o tratamento de Joaquim. A família arrecadou um total de R$ 4 milhões.
- Foto: DivulgaçãoJonatas sofre de Atrofia Muscular Espinhal (AME)
Desconfiança
A desconfiança acerca da utilização do dinheiro surgiu após uma denúncia de Camila Clemente, tia de Jonatas, que acusou o casal de comprar dois celulares com dinheiro da campanha. Desde então, ao perceber a mudança no padrão de vida do casal, doadores anônimos iniciaram as cobranças para que os pais de Jonatas prestassem conta do valor gasto com o tratamento do filho. A prestação de contas nunca foi feita pelo casal.
Ostentação
Aline e Renato passaram o reveillon na Pousada Maria Bonita, em Fernando de Noronha. A pousada pertence aos atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso e é um local bastante disputado entre as celebridades. As passagens aéreas custaram R$ 8.000 e foram pagas à vista. Além de viajar para um dos destinos mais caros do país, o casal também se mudou para uma casa maior e comprou um carro de luxo no valor de R$ 140 mil.
Contradição
Em fevereiro, o casal concedeu entrevista ao Fantástico e caiu em contradição ao tentar explicar a origem da quantia gasta com a viagem. Renato informou que comprou as passagens com o próprio dinheiro, em seguida se contradisse e afirmou que havia sido o presente de um médico.
- Foto: Divulgação/FacebookOs pais de Jonatas com os atores André Gonçalves e Daniele Winits
Contas Bloqueadas
Em outubro de 2017 o Fórum de Joinville determinou que os pais da criança depositassem a quantia arrecadada em uma conta judicial, mas o casal nunca fez o depósito nem prestou contas. O Ministério Público então pediu o bloqueio das contas do casal. As contas de Renato e Aline somavam na época a quantia de R$ 2,2 milhões e o valor só era liberado mediante comprovação de compra ou pagamento do tratamento de Joaquim.
Crimes
Os pais de Jonatas foram indiciados por estelionato e apropriação indébita com base no artigo 89 da Lei da Pessoa com Deficiência. Segundo a delegada Geórgia, responsável pelo caso, Renato era o principal articulador do golpe.
“Ele sempre utiliza novas artimanhas para sensibilizar as pessoas, dissimula a verdade sobre as manifestações judiciais, se faz de vítima e quando os doadores cobram lisura nas redes sociais, ele exclui as indagações. Diante disso, concluo que não há outro recurso capaz de deter esse comportamento se não o cerceamento da liberdade, que está sendo danosa à coletividade”, explicou a delegada.
Mãe não será presa
A delegada justificou a ausência de pedido de prisão de Aline porque ela é quem cuida da criança, que já apresenta bons resultados após o início do tratamento. “Neste caso somos sensíveis em entender que é notória a importância da genitora no tratamento da criança, que já demonstra sinais de evolução”, disse.
Médico
A polícia indiciou o médico por falso testemunho e ele pode pegar entre dois e quatro anos de prisão. Inicialmente o casal afirmou à imprensa que a viagem teria sido um presente do médico, mas a versão foi desmentida após a polícia acessar mensagens nos celulares do casal. Em uma das mensagens Aline pede que o médico reforçasse a versão.
Ministério Público
Até o momento o Ministério Público não recebeu o inquérito sobre o caso. Após ser distribuído o MP poderá acatar a acusação da polícia e denunciar o casal à Justiça, pode aceitar a acusação e pedir novas diligências ou arquivar o caso.
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