Brunno Suênio
Wanessa Gommes
O GP1 conversou nesta sexta-feira (3) com o delegado Renato Cordeiro, responsável pela investigação da morte da criança Álvaro Leal Santana Campelo, de 2 anos, ocorrida no dia 23 de janeiro, durante um atropelamento dentro do condomínio Village Joia, em Timon, no Maranhão. Uma adolescente que também foi atropelada no condomínio ainda será ouvida pela polícia.
O delegado contou que a mãe da criança prestou depoimento nessa quinta-feira (2). Bastante emocionada e abalada por conta da tragédia, a mãe relatou que estava no playground com o filho, como era de costume quando aconteceu a tragédia. “Ontem, pela manhã, os pais da criança compareceram à delegacia. O depoimento da mãe foi tomado com muita emoção, ambos estão muito abalados com toda a situação, a perda do único filho. Ela disse que tinha costume de levar o filho para brincar quase todos os dias no parquinho, no final da tarde”, afirmou o delegado Renato Cordeiro.
Não houve tempo para reação
Segundo o delegado, a mãe disse que brincava com o filho quando ouviu um barulho de motor. “Ela estava brincando com o filho no balanço quando ouviu um barulho forte de motor e, logo em seguida, sem tempo de esboçar qualquer reação, ela viu aquele veículo invadindo o playground e já foi atingindo o balanço onde ela estava com o filho, duas crianças e uma adolescente de 13 anos”, pontuou.
Mãe viu o filho ficou embaixo do carro
“Ela foi arremessada para perto da grade e logo depois quando ela recobrou a consciência ela viu que o filho estava debaixo do veículo, próximo ao pneu dianteiro direito e viu pessoas tirando a motorista, uma mulher loira, de dentro do carro”, afirmou o delegado Renato Cordeiro.
Ainda de acordo com o relato da mãe, ela foi tirada do local levada para a frente de uma residência. Em seguida ela viu as pessoas tentando levantar o veículo para socorrer as vítimas. “A todo momento ela tentava buscar informações sobre o estado do filho, só depois ela tomou conhecimento que o filho havia falecido no local. O playground é todo cercado de grade, só não tem grade do lado onde fica o salão de festas, que foi o lugar por onde a motorista entrou com o carro”, explanou o delegado Renato Cordeiro.
Estado de saúde da adolescente
A adolescente de 13 anos, que foi uma das atingidas, foi socorrida pelo Samu e levada ao HUT. Ela teve corte na face e na cabeça e, de acordo com o delegado, precisou passar por uma cirurgia de reconstrução do couro cabeludo que ela perdeu. “Ela já está em casa. Estamos vendo a possibilidade de ouvi-la na próxima semana se as condições de saúde dela permitirem”, enfatizou Renato Cordeiro.
O que disse a motorista
Em depoimento, a motorista do carro disse que foi até o condomínio para participar de uma festa de aniversário e que tudo aconteceu no momento que ela entrou. Além dela estavam no carro, duas irmãs e duas primas com crianças. “Ela disse que saiu de casa normalmente, que o veículo estava funcionando em perfeitas condições, mas que no momento que ela foi entrar na vaga do estacionamento, de repente o veículo acelerou abruptamente e ficou totalmente desgovernado invadindo o parquinho”, afirmou o delegado Renato Carneiro.
Sobre a informação de que a motorista teria prendido o salto no acelerado, o delegado disse que ela não falou sobre isso. “Ela não relatou nada disso, ela disse que não lembra de nada do que aconteceu a partir do momento em que ela ingressa na vaga e o carro acelera”, respondeu.
Investigação
“Estamos aguardando a perícia no local do crime para descrever toda a dinâmica do fato e também a perícia no veículo para agente confirmar ou descartar eventual falha mecânica que por ventura tenha contribuído para o acidente. Já coletamos as imagens das câmeras de segurança e encaminhamos para auxiliar a perícia”, explicou o delegado.
O que as imagens mostram
“As imagens colhidas mostram o momento que o veículo entra. Ele entra normalmente, devagar, com a velocidade permitida e no momento em que vai acessar a vaga do estacionamento, não chega nem a parar, já acelera abruptamente, sobe a calçada do condomínio e faz uma manobra à direita indo em direção ao parquinho”, descreveu o delegado Renato Cordeiro ao GP1.
Conclusão
“Estamos trabalhando com a hipótese de homicídio e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. São 30 dias para a conclusão do inquérito. Hoje estamos com 11 dias do acidente. O inquérito já está bem encaminhado, já foram ouvidas testemunhas e praticamente já está fechado”, informou o delegado Renato Cordeiro.
“Falta ouvir a adolescente e outra pessoa, o que estamos aguardando são os laudos. Já solicitamos informações da concessionária do Piauí que é da marca do veículo para saber sobre questão de manutenção periódica do veículo, e já nos responderam dizendo que o veículo está com todas as suas revisões periódicas em dias o que já é um bom indicativo para gente entender sobre a questão de falha mecânica, mas temos que aguardar o laudo pericial se houve ou não falha mecânica”, concluiu o delegado.
O acidente
Na noite de 23 de janeiro deste ano, uma mulher perdeu o controle do veículo e invadiu o playground do condomínio Village Joia, em Timon, matando uma criança de 2 anos e deixando outras duas pessoas feridas. Uma das vítimas é a mãe da criança que teve a mão fraturada a outra é uma adolescente de 13 anos que teve cortes na cabeça e na perna.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Timon.
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