O delegado Jair Paiva, da Delegacia de Homicídios de Caxias, pediu a prorrogação do inquérito que investiga o duplo assassinato do pastor Carlos Alberto Oliveira e Silva Júnior e o corretor de veículos Raí Rodrigues Lima, assassinados no dia 12 de janeiro de 2022, em Caxias, no Maranhão.
Em entrevista do GP1 nesta quinta-feira (03), o delegado Jair Paiva afirmou que pediu a prorrogação das investigações por mais 30 dias, pois novos elementos ainda estão sendo recolhidos com o intuito de prender os executores do crime e melhor embasar o inquérito policial. “O crime não está elucidado, não tem como concluir o inquérito de um crime que não foi elucidado. É um crime de difícil elucidação, é um crime complicado que não tem como em 30 dias concluir o inquérito sem a autoria e não é isso que a gente quer. Queremos identificar a autoria e colher provas suficientes, por isso pedimos a prorrogação por mais 30 dias”, explicou o delegado Jair Paiva.
O titular da Delegacia de Homicídios de Caxias disse ainda que também foram realizados outros pedidos de medidas cautelares ao Poder Judiciário que devem corroborar com as investigações. “Nós temos vários pedidos na Justiça, inclusive de várias outras medidas. Nós estamos com algumas representações protocoladas no Poder Judiciário e agora estamos apenas aguardando as decisões”, ressaltou Jair Paiva.
Pastor pode ter sido morto por queima de arquivo
O delegado Jair Paiva revelou ao GP1 que a dinâmica do crime aponta para a possibilidade do corretor de veículos Raí Rodrigues ter sido o alvo principal dos criminosos e que o pastor Carlos Alberto pode ter sido assassinado como uma “queima de arquivo”.
“Isso só vai ficar bem esclarecido ao final das investigações, quando se identificar os suspeitos, e entender a motivação, mas eu acho que pela dinâmica dos fatos que aconteceram, que antecederam a morte deles, o alvo seria só um, o corretor. O encontro foi marcado com ele, somente com ele. Nada foi programado, foi tudo aleatoriamente, o pastor foi chamado aleatoriamente”, explicou o titular da Delegacia de Homicídios de Caxias.
Carro possuía registro de apropriação indébita
O delegado Jair Paiva informou que levantamentos realizados pela Polícia Civil apontaram que o veículo modelo Gol, que estava em posse de Raí Rodrigues quando ele e o pastor desapareceram, possuía registro de apropriação indébita e que Raí tinha conhecimento da irregularidade.
"O veículo que o corretor disse que iria vender, tinha registro de apropriação indébita, ou seja, ele havia sido locado e nunca foi devolvido. Até o momento não conseguimos localizar o carro. O veículo tinha sido retirado na locadora por outra pessoa e foi repassado para ele. Aparentemente o corretor vivia disso, vendendo carros com irregularidades”, revelou Jair Paiva.
O desaparecimento
O pastor Carlos Alberto Oliveira e Silva Júnior e o corretor de veículos Raí Rodrigues Lima estavam desaparecidos desde a noite do dia 11 de janeiro, quando saíram para entregar um veículo a um comprador no bairro Aeroporto, zona norte de Teresina.
Segundo a família, Carlos Alberto é pastor da Igreja pentecostal IDE e estava em um jantar em família no bairro Pedra Mole, quando Raí Rodrigues chegou por volta das 21h e convidou o pastor para ir entregar um carro modelo Gol a um homem que teria comprado o automóvel.
Os dois saíram para a entregar o carro e ficaram de voltar para a casa de Uber, já que eles moram na mesma região da Capital, mas eles não voltaram para casa.
Corpo do pastor e corretor foram localizados em Caxias
A Polícia Civil do Maranhão encontrou, no dia 20 de janeiro de 2022, os corpos do Pastor Carlos Alberto Oliveira e Silva Júnior e do corretor de veículos Raí Rodrigues Lima, que estavam desaparecidos há nove dias, em estado avançado de putrefação, nas margens da MA-034, no município de Caxias, no Maranhão.
Os corpos foram encontrados por volta das 9h da manhã por um morador em um matagal. No bolso da vestimenta de um dos corpos foi encontrada a cédula de identidade do pastor. Os corpos foram levados para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Timon e foram reconhecidos pelas famílias das vítimas.
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