Evo Morales, ex-presidente boliviano, encontra-se atualmente em um esconderijo na selva da Bolívia, enfrentando graves acusações de tráfico humano e estupro de menor, embora ele negue as alegações. As informações foram divulgadas pelo jornal Bloomberg.
Morales está abrigado em um bunker protegido por cerca de 2 mil apoiadores armados com pedaços de pau, prontos para resistir a qualquer tentativa de captura. Segundo um membro da segurança local, "quem tentar prendê-lo não sairá vivo". O refúgio de Morales fica em um complexo de uma estação de rádio que apoia produtores de coca, planta utilizada na fabricação de cocaína. Ele pretende voltar à presidência nas eleições de agosto, apesar de ter sido declarado inelegível pelos tribunais bolivianos.

Apesar da decisão judicial, Morales acredita firmemente que pode recuperar o cargo, especialmente diante da crescente inflação, que tem gerado um clima de nostalgia por seus 14 anos de governo.
O Governo de Evo Morales
De 2006 a 2019, durante seu governo, Morales nacionalizou a indústria de gás e foi um defensor dos direitos indígenas, o que lhe garantiu reconhecimento internacional. Contudo, seu governo também foi marcado por controvérsias, como as acusações de fraude eleitoral em 2019, o que provocou protestos violentos e sua fuga para o México.
Ele retornou à Bolívia em 2020 após a eleição de Luis Arce, seu aliado, que assumiu o controle do partido Movimento ao Socialismo, mas se tornou um opositor político ao ocupar a presidência.
Morales continua sua campanha de dentro de uma propriedade murada, repleta de fotos e livros que celebram sua trajetória. Ele insiste que sua candidatura não é motivada por ambição pessoal, mas sim por um desejo do povo boliviano. "Não há plano B, é pátria ou morte", afirmou, reforçando a necessidade de sua participação nas próximas eleições.
O cenário político da Bolívia
A região de Cochabamba, onde Morales está escondido, sempre foi um reduto de apoio devido aos produtores de coca locais. Seus aliados estabeleceram pontos de controle e bloqueios para protegê-lo, alegando que as acusações contra o ex-presidente têm motivação política.
As autoridades bolivianas, por sua vez, buscam evitar confrontos violentos enquanto avaliam a execução da ordem de prisão contra ele. O cenário político permanece complicado, com Morales confiando em sua vitória nas eleições, caso consiga concorrer. Ele apresenta documentos que indicam pesquisas internas favoráveis e insiste que sua candidatura reflete o desejo popular por seu retorno ao poder.
Ver todos os comentários | 0 |