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Internacional

China responde a Trump com tarifas sobre produtos dos Estados Unidos

A medida é uma resposta à decisão do presidente de impor tarifas de 10% sobre produtos chineses.

A China anunciou nesta terça-feira (4) que aplicará tarifas entre 10% e 15% sobre alguns produtos dos Estados Unidos a partir de 10 de fevereiro. A medida é uma resposta à decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses.

Além das tarifas, Pequim também anunciou novos controles sobre exportações de minerais estratégicos e iniciou uma investigação antitruste contra o Google, gigante tecnológico dos EUA.


Foto: Marcos Corrêa/Presidência da RepúblicaXi Jinping
Xi Jinping

Segundo a Comissão Aduaneira do Executivo chinês, a tarifa de 15% será aplicada sobre produtos de carvão e gás natural liquefeito, enquanto uma tarifa de 10% incidirá sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas, automóveis de alta performance e caminhonetes.

A comissão esclareceu que as tarifas serão aplicadas com base nas taxas vigentes para mercadorias originárias dos Estados Unidos.

Em comunicado, a China criticou as tarifas impostas por Trump, dizendo que as medidas "violam seriamente as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC)" e, ao invés de resolverem os problemas internos dos EUA, prejudicam a cooperação econômica e comercial entre os dois países. A declaração foi publicada no site do Ministério das Finanças chinês.

A Administração Estatal de Regulamentação de Mercado da China também anunciou a abertura de uma investigação formal contra o Google, suspeito de violar a Lei Antimonopólio da China. A medida tem caráter simbólico, pois a presença do Google na China é extremamente limitada, com o mecanismo de busca bloqueado no país desde 2010 devido à censura governamental.

Na prática, os usuários chineses recorrem a mecanismos de busca locais e outros aplicativos, enquanto serviços do Google, como e-mail, tradução e mapas, também são censurados, a menos que se use uma rede privada virtual (VPN).

O Ministério do Comércio chinês informou que, além disso, será implementado um controle de exportação sobre elementos como tungstênio, telúrio, bismuto, molibdênio e índio. A pasta afirmou que a decisão foi tomada para "salvaguardar a segurança e os interesses nacionais" e "cumprir com obrigações internacionais, como a não proliferação".

Em uma medida adicional, o ministério anunciou a inclusão das empresas americanas Pvh Group e Illumina Inc na lista de entidades não confiáveis, acusadas de "violar princípios de mercado", "interromper transações normais com empresas chinesas" e "adotar medidas discriminatórias contra empresas chinesas".

Em um movimento paralelo, Trump adiou, na segunda-feira, as tarifas impostas sobre as importações do Canadá e do México por um mês, mas as taxas de 10% sobre as importações chinesas começaram a ser aplicadas nesta terça-feira. O presidente americano afirmou que discutirá o assunto com autoridades chinesas nos próximos dias, sugerindo a possibilidade de uma pausa nas tarifas.

No domingo, Pequim já havia prometido retaliar para "salvaguardar firmemente" seus direitos e interesses, além de registrar uma queixa na OMC sobre as "práticas ilegais" dos EUA.

Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump manteve um relacionamento tenso com a China, impondo várias rodadas de tarifas que somaram cerca de US$ 370 bilhões anuais, com a China respondendo com taxas sobre as exportações dos EUA.

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