Neste domingo (19), o TikTok anunciou que está de volta ao ar nos Estados Unidos após o presidente eleito Donald Trump prometer adiar a proibição do acesso ao aplicativo no país assim que retornar ao poder na segunda-feira (20). "Como resultado dos esforços do presidente Trump, o TikTok está de volta nos EUA", informou a plataforma em notificação enviada aos usuários.
O TikTok havia saído do ar nos Estados Unidos ainda neste domingo, devido a uma lei federal que força a plataforma a vender sua operação no país. Contudo, Trump informou que publicará um decreto no qual será determinado que a aplicação da legislação seja adiada. "Vou emitir uma ordem executiva na segunda-feira para estender o período para que as proibições da lei entrem em vigor", escreveu Trump na rede Truth Social. Segundo ele, o decreto permitirá um acordo que "protegeria a segurança nacional" dos EUA.
Após o comunicado, alguns usuários norte-americanos relataram que estavam conseguindo acessar tanto o aplicativo quanto o site do TikTok, segundo a agência Reuters. Trump também afirmou que o decreto isentará de responsabilidade qualquer "empresa que ajudou a impedir que o TikTok ficasse no escuro".
O republicano explicou ainda que pretende criar uma joint-venture entre os atuais proprietários do TikTok, a empresa chinesa ByteDance, e novos proprietários, por meio da qual os Estados Unidos obteriam 50% da propriedade da empresa. "Gostaria que os Estados Unidos tivessem a propriedade de 50%, em uma joint-venture. Ao fazer isso, salvamos o TikTok e o mantemos em boas mãos", escreveu Trump.
Também neste domingo (19), Trump havia publicado a mensagem “salve o TikTok”, horas depois de o aplicativo parar de funcionar no país. Com o bloqueio, mais de 170 milhões de usuários norte-americanos ficaram sem acesso aos vídeos na rede. O TikTok também foi removido de lojas como a Play Store, do Google, e a App Store. Outros aplicativos desenvolvidos pela ByteDance, como o CapCut e o Lemon8, também ficaram fora do ar.
Entenda o porquê os EUA querem banir o TikTok
O governo dos Estados Unidos alega que o TikTok coleta dados confidenciais de americanos, representando um risco à segurança nacional, o que motivou a elaboração da legislação que baniria o aplicativo no país caso ele não fosse vendido. Os EUA temem que a China possa usar as informações de mais de 170 milhões de usuários americanos da plataforma para atividades de espionagem. Contudo, a dona do TikTok, ByteDance, negou a acusação.
Com isso, o Congresso dos EUA aprovou, em abril de 2024, a lei sancionada por Joe Biden, que deu até este domingo (19) para que o app chinês encontrasse um comprador para sua operação nos EUA. Como o prazo não foi cumprido, a legislação determinava que o app fosse banido no país, o que incluiria a remoção das lojas de aplicativos e o bloqueio de atualizações.
Ainda conforme a lei, serviços de hospedagem dos EUA também estariam impedidos de trabalhar com o TikTok e as empresas que desrespeitassem a legislação seriam multadas em até US$ 5 mil para cada usuário que acessasse o aplicativo.
Com isso, na sexta-feira (17), a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu por unanimidade que a lei é válida e não viola a Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão. O TikTok havia recorrido ao tribunal contestando a legislação. A Casa Branca informou que a decisão sobre a implementação da lei ficaria a cargo de Donald Trump.
Ver todos os comentários | 0 |