Os Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (13) novas restrições sobre a exportação de chips e tecnologias relacionadas à inteligência artificial (IA), com o objetivo de manter o domínio do país no desenvolvimento dessas tecnologias emergentes.
A medida tem como determinação bloquear o acesso da China e de outros países considerados adversários, como Rússia, Irã e Coreia do Norte, a tecnologias avançadas de computação.
As novas regulamentações dividem o mundo em três blocos, com diferentes níveis de restrições. Cerca de 18 países, incluindo Japão, Grã-Bretanha, Coreia do Sul e Holanda, estarão essencialmente isentos das regras, enquanto cerca de 120 outros países, como Cingapura, Israel, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, enfrentarão limitações significativas. Já os países sob embargo dos EUA, como China, Rússia e Irã, serão totalmente bloqueados no acesso a essa tecnologia.
Em declaração, Gina Raimondo, secretária de Comércio dos EUA, destacou a importância dessas medidas para garantir que os Estados Unidos permaneçam na vanguarda da inteligência artificial. "Os EUA lideram a IA neste momento, tanto no desenvolvimento quanto no design de chips de IA, e é fundamental que continuemos assim", afirmou.
Essas regulamentações fazem parte de um esforço do governo do ex-presidente, Joe Biden, para dificultar o acesso da China a chips avançados que podem ser utilizados para aprimorar suas capacidades militares, especialmente no campo da inteligência artificial. Desde 2021, as autoridades americanas têm intensificado as restrições, atualizando as regulamentações anualmente para incluir novos controles e até mesmo bloquear terceiros países que poderiam desviar tecnologias para a China.
A nova medida afetará as unidades de processamento gráfico (GPUs), que são essenciais para alimentar data centers usados no treinamento de modelos de IA. A maioria desses chips é fabricada pela empresa Nvidia, com sede na Califórnia. Os grandes provedores de serviços em nuvem, como Microsoft, Google e Amazon, terão que obter autorizações especiais para construir data centers em outros países. Para isso, precisarão cumprir requisitos de segurança rigorosos.
A decisão foi recebida com críticas de algumas empresas do setor, que consideram as novas restrições excessivas. A Nvidia, por exemplo, chamou a regra de "excesso radical", argumentando que a medida pode prejudicar o desenvolvimento de tecnologias que já estão disponíveis em PCs de jogos convencionais e em hardware de consumo. A Oracle, provedor de data centers, também criticou as regras, afirmando que elas poderiam entregar "a maior parte do mercado global de IA e GPUs aos concorrentes chineses".
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