O governo canadense anunciou nesta segunda-feira (27) que está intensificando suas negociações diplomáticas com países europeus para enfrentar a ameaça de tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump . O presidente americano pretende aplicar uma tarifa de 25% sobre produtos do Canadá a partir de 1º de fevereiro, uma medida que, segundo o governo canadense, poderia ter um impacto devastador na economia do país.
A ministra das Relações Exteriores, Mélanie Joly, afirmou em entrevista coletiva que Trump está utilizando as tarifas como uma ferramenta de pressão contra vários países, incluindo o Canadá e a Europa. Diante desse cenário, o governo canadense tem adotado uma postura pragmática, buscando fortalecer a cooperação com a União Europeia e o Reino Unido.
“Sabemos que em muitas capitais europeias e no Reino Unido já se fala em retaliação e em quais respostas poderíamos dar às tarifas. É por isso que é importante estarmos em contato constante com diferentes ministros das Relações Exteriores”, explicou Joly.
A ministra também destacou que o Canadá possui um acordo de livre comércio com a União Europeia, e que é crucial garantir que as empresas canadenses continuem a se beneficiar dessa parceria.
Joly ressaltou a posição estratégica do Canadá, apontando que o país é o maior cliente de 36 estados americanos, o que confere ao governo canadense um grau significativo de influência. “Temos muitos aliados nos Estados Unidos”, afirmou.
Em resposta à ameaça de tarifas, Joly e o ministro da Segurança Pública, David McGuinty, anunciaram que viajarão para os Estados Unidos nesta semana para se reunir com membros do governo Trump e líderes políticos americanos. O objetivo é continuar trabalhando para evitar a imposição das tarifas.
Joly está programada para se encontrar com o secretário de Estado, Marco Rubio, em Washington nesta quarta-feira (29), enquanto McGuinty se reunirá com Tom Homan, o czar de fronteiras do governo Trump.
“Esta administração é muito imprevisível, por isso precisamos estar prontos para agir em duas frentes: evitar as tarifas e nos preparar para sua imposição”, afirmou Joly, refletindo a tensão e a incerteza que marcam as relações comerciais entre os dois países.