O Ministério das Relações Exteriores do Governo Lula determinou o esvaziamento completo da Embaixada do Brasil em Damasco, na Síria, após a deposição do ditador Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia no domingo (8). A decisão, anunciada pelo Itamaraty, estabelece que todo o corpo diplomático brasileiro deixe o país devido à instabilidade provocada pela ofensiva do grupo rebelde Hayat Tharir al-Sham (HTS), que tomou a capital. A evacuação dos diplomatas já está em andamento e deve ser concluída nas próximas horas.
Em nota publicada no sábado, 7, antes da queda do regime de Assad, o Itamaraty pediu que todos os cidadãos brasileiros deixassem a Síria imediatamente. O órgão informou que está monitorando a situação e não há registro de brasileiros entre as vítimas das hostilidades. Para emergências, foram disponibilizados telefones da Embaixada em Damasco e do plantão consular em Brasília, além de um alerta atualizado no portal consular do Governo Federal.
O Ministério das Relações Exteriores reforçou o apoio do Brasil a uma solução política para o conflito sírio, destacando a importância do respeito ao Direito Internacional e às resoluções do Conselho de Segurança da ONU. A nota oficial reiterou a necessidade de preservar a soberania e a integridade territorial da Síria, além de manifestar preocupação com a escalada de violência e suas consequências para a população local.
A situação em Damasco se agravou após uma ofensiva de dez dias liderada pelo HTS, considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos. A deposição de Assad foi comemorada por milhares de pessoas na capital. Abu Mohammed Jolani, líder do HTS, declarou em uma aparição pública que a vitória marca um novo capítulo para a "nação islâmica". Ele discursou na Mesquita Omíada, um importante marco de Damasco, celebrando o avanço do grupo.