Tite se sentou ao lado de seu auxiliar, Cléber Xavier, para, resumidamente, falar sobre dois temas em entrevista coletiva após o empate do Brasil com o Equador por 1 a 1 em Quito: explicar a saída de Philippe Coutinho e comentar a confusa arbitragem de Wilmar Roldán, além de dizer o que conversou com Émerson Royal, lateral que foi expulso e desperdiçou uma chance de ouro.
A expulsão de Émerson fez Tite sacar Coutinho e lançar mão de Daniel Alves. O treinador explicou que optou pela saída do meio-campista do Aston Villa porque ele ainda não está em sua melhor condição física e não aguentaria o ritmo intenso da partida com dez de cada lado. Segundo o treinador, o planejamento era de que Coutinho jogasse 70 minutos.
"Eu pedi desculpas a ele porque naquele momento a necessidade da equipe era ter um jogador que pudesse jogar os 90 minutos, e o Coutinho estava programado para jogar 70 porque vem de um processo de recondicionamento físico", afirmou o treinador. "A altitude, transições, velocidade. Ele iria se desgastar demais. Preferencialmente, precisávamos de um atleta inteiro", acrescentou.
Ele preferiu manter Matheus Cunha, o centroavante, em campo, porque o atleta poderia, na sua visão, também fazer o papel de um meia. "Na Olimpíada, ele jogava com o Richarlison e voltava pra buscar a bola, fazendo a conexão com os meio-campistas. Teoricamente, jogamos com dois atacantes e um flutuador", observou.
Tite poupou Émerson pela expulsão. O técnico reconheceu que o erro do lateral prejudicou a performance da seleção brasileira, mas adotou um discurso de proteção. A infelicidada servirá, segundo ele, de aprendizado para o jogador que busca uma vaga no elenco que irá ao Catar.
"Falei com o Emerson no vestiário. Existem situações de aprendizado na nossa vida. Ele errou e sabe disso. Mas ele não tem um técnico que corta a cabeça e entrega na bandeja. Vai aprender, continuar e evoluir", ponderou.
As trapalhadas do árbitro também foram tema da coletiva. Tite entende que o colombiano Wilmar Roldán "é muito bom árbitro", mas não poderia ter apitado o jogo desta quinta porque a Colômbia, quarta colocada, logo atrás do Equador, também disputa a classificação à Copa do Mundo.
"Hoje esteve mal. Não dá para vir um árbitro da Colômbia, cuja seleção é quarta colocada, apitar o jogo do terceiro colocado. É pressão, desumano. Falta sensibilidade. Dá para colocar outros árbitros. Ele é bom, mas o ambiente pressiona. É um estresse. O árbitro prejudicou o espetáculo. Teve uma noite infeliz", analisou.
Roldán foi salvo pelo VAR quatro vezes. Ele chegou a expulsar duas vezes o goleiro Alisson, mas em ambas ocasiões retificou suas decisões, assim como fez nos pênalti assinalados a favor do Equador e posteriormente revistos. Para o auxiliar Cléber Xavier, "o VAR deu uma aula de como analisar o jogo e foi responsável por não ser resultado diferente do que foi o resultado do jogo".
O Brasil é líder invicto das Eliminatórias, com 36 pontos, e está garantido desde o ano passado no Mundial do Catar. O próximo rival é o Paraguai, terça-feira, às 21h30, no Mineirão, em Belo Horizonte.
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