O debate levantado pela Fifa sobre a possibilidade de realizar uma Copa do Mundo a cada dois anos segue movimentando o mundo do futebol, com uma maioria de opiniões negativas. Depois de Uefa e Conmebol, foi a vez da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), entidade que representa 230 clubes do continente, se manifestar contra o projeto da Fifa.
Os principais argumentos da ECA, que é liderada por Nasser Al-Khelaifi, presidente do PSG, são Copas a cada dois anos teriam um impacto destrutivo ao futebol de clubes, colocariam a saúde e o bem estar dos jogadores em risco, reduziriam o valor e o significado das competições de clubes e seleções e prejudicariam o futebol feminino e de categorias de base.
"A ECA tem sido clara em sua posição de que mudanças são necessárias ao calendário. Um calendário modernizado e mais simples precisa ser encontrado, com menos janelas de partidas; mais proteção aos jogadores e à saúde; e uma abordagem equilibrada entre clube e futebol internacional. A ECA, portanto, acompanha com muita preocupação e alarme o lançamento pela Fifa de campanhas ativas de relações públicas e muita pretensão, aparentemente tentando forçar reformas ao calendário, especialmente a introdução da Copa do Mundo bienal", afirma a entidade em comunicado.
Além dos argumentos citados, a ECA também criticou a falta de consulta da Fifa até o momento, afirmando que mudanças no calendário devem acontecer em acordos conjuntos, equilibrando os interesses de todos os envolvidos e não através de interesses da Fifa e uma campanha de relações públicas. "Dada a centralidade do calendário de Jogos Internacionais ao futebol de clubes, e do futebol de clubes ao calendário, a ECA reitera nos termos mais inequívocos possíveis que qualquer decisão em relação ao seu futuro pode ser realizada com o consensos dos clubes de futebol, com o bem-estar dos jogadores em seu coração – e mantendo as obrigações legais vinculantes que, normalmente, não precisariam ser reafirmadas”, completou a entidade.
A ideia de realizar a Copa do Mundo a cada dois anos teria partido do chefe de desenvolvimento do esporte da Fifa, Arsène Wenger, com as entidades continentais se posicionando contra - a Uefa até ameaçou boicotar o torneio se ele ocorrer bienalmente.
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