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Lutadora Laís Nunes estreia nos Jogos de Tóquio

No wresting ou luta olímpica, categorias masculinas são o dobro das femininas.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, marcados pela busca da igualdade de gênero, Laís Nunes vai estrear numa modalidade ainda dominada pelos homens: o wrestling ou luta olímpica. Serão 12 categorias masculinas e seis femininas ou 192 homens e 96 mulheres nas lutas. No melhor momento de sua carreira, a lutadora de 28 anos estreia na categoria 62kg do estilo livre nesta segunda-feira, 2, às 23h. Laís vai à luta. Literalmente.

“Pelo pouco tempo, nós já conquistamos um espaço e nível muito grande. O wrestling não só no Brasil, como no mundo todo, tem um nível altíssimo, com lutas muito boas. Temos conquistado nosso espaço, mas claro que falta muito ainda, mas hoje evoluímos bastante”, avalia Laís. A estreia do wrestling feminino aconteceu nos Jogos de 2004, embora seja o esporte de combate mais antigo, disputado desde 1896.


Quinta colocada no Campeonato Mundial 2018, a lutadora é o grande destaque do wrestling brasileiro. Ela foi a primeira brasileira a conseguir medalha de ouro pan-americana nas três categorias etárias internacionais: cadete (até 17 anos), júnior (até 20 anos) e sênior (acima de 20). Nos Jogos do Rio, ela ficou em 15º lugar.

“É minha segunda Olimpíada. Hoje me vejo bem mais preparada, fisicamente e mentalmente. Realmente estou indo para brigar por medalha, para trazer essa medalha histórica para o wrestling brasileiro, e eu acredito que tenho potencial. É naquele dia estar na minha melhor performance e realmente acreditar”, avalia.

O objetivo inicial é superar o desempenho dos brasileiros nesta edição dos Jogos Olímpicos. Aline Silva (até 76kg do estilo livre) e Eduard Soghomonyan (até 130kg do estilo greco-romano) foram derrotados em suas primeiras lutas. “Vim para aproveitar este momento e me divertir. Claro que vou fazer o meu melhor. Sei que, se der o meu melhor, vou conseguir um bom resultado e fazer história”.

O objetivo das lutas do estilo livre é dominar as costas do oponente no solo, o chamado de touche ou encostamento. Caso o golpe não ocorra, vence quem somar mais pontos em projeções ou evitando punições por falta de combatividade.

Lais iniciou sua carreira em um projeto social em sua cidade natal, Barro Alto, interior de Goiás. Cidade pequena, de 10 mil habitantes, onde passou grande parte da adolescência ajudando o pai na agricultura e criação de gado. Mesmo sem compreender muito bem o esporte, ela conseguiu os primeiros resultados. Foi a senha para buscar os grandes centros.

Convidada a participar de um projeto de alto rendimento em Brasília, Laís acabou contratada pelo SESI- Osasco. Hoje, integra o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas como segundo sargento da Marinha. "Foi uma segurança que tive durante a pandemia. Tudo isso que estamos vivendo me ajudou a mudar minha visão da vida. Estou feliz de tudo ter dado certo até aqui. Agora, quer mais", planeja.

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