A Conmebol publicou uma nota oficial na qual se defende das críticas à organização da Copa América. Tite e os jogadores da seleção brasileira, além de estrelas de outros times como Aguero, da Argentina, e Suárez, do Uruguai, demonstraram contrariedade com o modo como a competição mudou de sede.
Em entrevista coletiva neste sábado (12/6), Tite afirmou que a mudança de sede teria sido feita de forma 'atabalhoada'. Casemiro reforçou que o grupo não está contente com a forma como o Brasil passou a ser a casa da Copa América. O certame mudou para o País após as desistência de Colômbia, por conta de uma série de protestos violentos, e Argentina, pela situação ruim que vive na pandemia de covid-19.
"Como a Argentina e a Colômbia foram desqualificadas como sedes, o protocolo da Direção de Competições de Seleções da Conmebol prescreve como primeira alternativa a sede do torneio anterior. A Copa América 2021 não foi feita "às pressas", o que seria impossível. O torneio levou mais de um ano de intensa organização, com a mobilização de recursos financeiros, humanos e técnicos significativos em todo o continente", afirmou a Conmebol na nota.
Antes mesmo da Copa América começar, já há 17 casos de covid-19 confirmados nas delegações, sendo 13 na Venezuela, que enfrenta o Brasil no primeiro jogo, e quatro na Bolívia. Ainda assim, a Conmebol defendeu os protocolos sanitários que serão adotados na competição.
"A bolha sanitária à qual as delegações são submetidas envolve minimizar o contato com o exterior, testando todas as pessoas envolvidas nos jogos 48 horas antes de cada partida e transportando as delegações em voos charter (privados)", disse a entidade que rege o futebol sul-americano.
Confira a nota completa:
"A Copa América, o torneio de seleções mais antigo do mundo, começa hoje com o encontro entre Brasil e Venezuela. Durante um mês, milhões de sul-americanos desfrutarão com alegria e entusiasmo uma competição esportiva do mais alto nível.
Neste dia de abertura, e diante da difusão de questionamentos infundados, a CONMEBOL quer deixar claros os pilares nos quais se baseia a organização da Copa América 2021:
Responsabilidade
A CONMEBOL está plenamente consciente da situação que o continente está atravessando no contexto da pandemia. Também reconhece a importância do futebol na cultura sul-americana e o papel que tem desempenhado na saúde física, mental e espiritual da população desde o início da pandemia. Portanto, com a ajuda de um painel de especialistas e em estreita coordenação com as autoridades sanitárias dos 10 países, projetou e implementou com sucesso rigorosas ações e medidas sanitárias em todos os seus torneios.
Ditas medidas têm uma eficiência muito alta, facilmente verificável com estatísticas. Mais de 99% das dezenas de milhares de testes de detecção do coronavírus foram negativos nos últimos dez meses.
A bolha sanitária à qual as delegações são submetidas envolve minimizar o contato com o exterior, testando todas as pessoas envolvidas nos jogos 48 horas antes de cada partida e transportando as delegações em voos charter.
Além disso, a CONMEBOL é a única confederação no mundo que leva adiante uma vacinação massiva de jogadores, técnicos, árbitros e assistentes.
Profissionalismo
A decisão de realizar a Copa América no Brasil não é caprichosa nem improvisada. No Brasil, estão em andamento torneios nacionais, estaduais e locais, assim como as competições internacionais da CONMEBOL e as Eliminatórias da Copa do Mundo. A CONMEBOL fez um acordo com o governo brasileiro que o país sediará a Copa devido ao acima exposto e ao fato de que a última competição foi realizada em 2019, o que facilita muito a organização. Como a Argentina e a Colômbia foram desqualificadas como sedes, o protocolo da Direção de Competições de Seleções da CONMEBOL prescreve como primeira alternativa a sede do torneio anterior.
A Copa América 2021 não foi feita "às pressas", o que seria impossível. O torneio levou mais de um ano de intensa organização, com a mobilização de recursos financeiros, humanos e técnicos significativos em todo o continente. Todos os anos, a CONMEBOL organiza um grande número de torneios internacionais de clubes e seleções, futsal e futebol de praia em diferentes categorias, nas modalidades masculina e feminina. Possui uma equipe profissional com vasta experiência e solvência comprovada no projeto e implementação de competições de alta qualidade. O profissionalismo é precisamente a capacidade de enfrentar e resolver rápida e eficientemente os desafios impostos por uma realidade em transformação.
Objetivo esportivo
A Copa América 2021 tem um claro objetivo esportivo: que as seleções nacionais da América do Sul cheguem à Copa do Mundo 2022 com experiência e boa preparação física e técnica, através de um torneio altamente exigente. A CONMEBOL modificou o calendário de competições para conseguir a coincidência entre a Copa América e a Eurocopa. O objetivo de alinhar os dois torneios é minimizar o desgaste físico e mental dos jogadores. Isto beneficia os próprios jogadores, os clubes e as seleções. E, fundamentalmente, os atletas sul-americanos e europeus chegarão à Copa do Mundo em condições de igualdade.
A CONMEBOL levou em conta alguns fatos incontestáveis. Nenhuma equipe sul-americana chegou às semifinais na Rússia 2018 e faz 20 anos desde que a América do Sul não ganha a Copa do Mundo. Até 2002, nosso continente ultrapassou a Europa no número de títulos da Copa do Mundo. Hoje a relação é inversa. É evidente o benefício esportivo que a Copa América terá para as seleções de todo o continente no período que antecede a Copa do Mundo do próximo ano.
Futebol sul-americano é paixão, é entrega, é ousadia. Não hesita diante de rival algum. E a Nova CONMEBOL está nessa mesma sintonia: não se encolhe diante dos desafios que surgirem, por mais difíceis que sejam, porque ACREDITA SEMPRE."
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