Rodrigo Mendes
O cinema brasileiro completou 125 anos nesta segunda-feira (19) e, em comemoração à data, conseguiu recuperar 144 filmes nacionais que estavam na Itália desde 1979. O acervo agora voltou para os cuidados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), vinculado ao Ministério da Cultura.
Os filmes estavam em Roma por conta do escritório da antiga Embrafilme, empresa responsável pela produção e distribuição de obras nacionais. O local foi fechado no final da década de 1970 e a entidade extinta em 1990 durante o governo Collor. Por conta disso, as obras permaneceram na Embaixada do Brasil na capital italiana, que não conseguia mandar o acervo devido ao alto custo e dificuldades técnicas.
Os longas retornaram por meio de uma operação em conjunto com a embaixada, o Itamaraty, o Ministério da Cultura, a Ancine e a Força Aérea Brasileira (FAB). O acervo foi reunido em 524 rolos de acetato e pode conter títulos considerados “perdidos” no Brasil.
Em celebração do Dia do Cinema Brasileiro, o #Itamaraty festeja a chegada de quase 2 toneladas de películas de filmes brasileiros antigos, que ajudarão a recuperar e preservar a história do #cinema nacional. O cinema brasileiro está de volta! pic.twitter.com/MfE70CsncL
— Itamaraty Brasil ???????? (@ItamaratyGovBr) June 19, 2023
“O retorno desse acervo é um reencontro do país com sua própria cultura, com sua memória e sua identidade. Reforça também a importância do trabalho de preservação e de difusão das obras para os estudiosos e os amantes do cinema, que será feito aqui pela Cinemateca Brasileira”, disse a ministra da cultura Margareth Menezes no evento de exibição da cópia 4K de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”.
Dentre os filmes recuperados, estão os consagrados “Vidas Secas”, adaptação do livro homônimo de Graciliano Ramos, e “Macunaíma”, longa que traz para as telas a obra de Mario de Andrade. O acervo agora será repassado para a Cinemateca Brasileira.
Ver todos os comentários | 0 |