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Eleições 2022

‘Lava Jato entrou no limite da política’, diz Lula no Jornal Nacional

Em entrevista ao principal jornal da TV Globo, o ex-presidente criticou a operação que o levou à prisão.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o terceiro a participar da série de entrevistas realizadas pelo Jornal Nacional com os candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano. Ele foi sabatinado pelos âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos na noite desta quinta-feira (25) e criticou a operação Lava Jato.

“A Lava Jato ultrapassou limite da investigação e entrou no limite da política. O objetivo era tentar condenar o Lula”, disse o petista, se referindo na terceira pessoa.


Foto: Reprodução/InstagramLula no Jornal Nacional
Lula no Jornal Nacional

O candidato à Presidência da República, porém, admitiu casos de corrupção na Petrobras. “Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram (os crimes)”, disse. Lula, então, atacou a delação premiada. “As pessoas confessaram e, por conta das pessoas confessarem, ficaram ricas por confessar”, afirmou. “Por conta da Lava Jato, tivemos R$ 270 bilhões que foram perdidos nesse País.”

Lula ainda defendeu ações de combate à corrupção realizadas durante os governos do PT. “Durante cinco anos eu fui massacrado e estou tendo a primeira oportunidade de poder falar disso abertamente ao vivo com o povo brasileiro. A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada”, afirmou.

Com indiretas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista mencionou o fato de o chefe do Executivo não obedecer a indicação da lista tríplice para o cargo de procurador-geral da República, os sigilos de 100 anos em documentos impostos pela Presidência, e, segundo ele, impedido que a Polícia Federal investigue seus filhos.

Como defesa sobre os casos de corrupção, Lula destacou os órgãos de transparência criados durante a gestão. “Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, CGU, Lei de Acesso à Informação, AGU, Coaf, Cade”, disse.

Lula foi o terceiro entrevistado da série de sabatinas do Jornal Nacional, que recebe os principais presidenciáveis ao longo da semana. O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro a ser ouvido, na segunda-feira, seguido por Ciro Gomes (PDT) na terça-feira. A senadora Simone Tebet (MDB) será a última a participar, na sexta-feira.

A última vez que Lula foi sabatinado como candidato pelo principal telejornal da Globo foi em 2006, quanto tinha seu atual vice, Geraldo Alckmin, como adversário na disputa pelo Palácio do Planalto. Como mostrou o Estadão, o ex-presidente passou por um intenso treinamento de preparação para o JN na última terça-feira em sala reservada do QG petista instalado na zona oeste de São Paulo.

Participaram do treinamento com Lula o coordenador de comunicação da campanha, Edinho Silva, prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, e o jornalista e ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República durante o segundo governo Lula, Franklin Martins, que trabalhou na Globo antes de integrar a equipe do petista.

Lula chegou no Rio de Janeiro na quarta-feira e fechou a agenda nas 48 horas anteriores à entrevista para se preparar e descansar a voz, já que tem ficado rouco com mais frequência.

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